A Justiça de Canguçu, na metade Sul gaúcha, condenou um ginecologista a 16 anos e cinco meses de prisão, em regime fechado, pela violação sexual de nove pacientes, incluindo gestantes. O réu segue preso e não vai poder apelar em liberdade.
Conforme a denúncia do Ministério Público, o médico, que também é obstetra, cometia os abusos em atendimento no consultório particular e no hospital de Canguçu.
A Justiça aceitou a denúncia em junho do ano passado, quando o acusado teve a prisão preventiva decretada. De acordo com a juíza Hélen Fernandes Paiva, as vítimas “relataram terem a sensação de que o procedimento adotado era, no mínimo, estranho, contudo não tiveram a certeza de que se tratava de um abuso sexual, já que tentaram acreditar no procedimento adotado pelo renomado médico”.
Na sentença, a magistrada também salienta que, após o recebimento da denúncia pela Justiça, “centenas de denúncias surgiram após o caso vir à tona, de mulheres de variadas localidades, inclusive de fora do Estado do Rio Grande do Sul, o que afasta a existência de eventual grupo criminoso voltado para tirar dinheiro do réu”. A defesa do médico vinha sustentando essa versão.
“Inviável acatar a tese de que houve consentimento por parte das vítimas, justamente em razão da fraude empregada, que impossibilitava a imediata identificação do abuso sofrido, levando as vítimas a acreditarem, ou esforçarem-se para acreditar, que o que estava acontecendo era normal”.
Além da pena, a juíza fixou indenização de R$ 25 mil para cada vítima.
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Canguçu Online