Toda casa de interior que se preze costuma ter aquele enfeite chamado de “galinho do tempo”, que “prevê” qual vai ser o clima do dia. Parece mágica: quando o galo fica azul, está indicando que o tempo está bom, ou seja, que não vai chover. Mas se ele estiver rosa, quer dizer que vem chuva por aí.
Mas como funciona esse bibelô bem peculiar? Na verdade, seu mecanismo tem menos a ver com magia e mais com ciência. Vejamos como funciona o galinho do tempo!
Como o galinho prevê o tempo?
A “previsão” feita pelo galinho é realizada pelo material com que ele é revestido. Ele é coberto por uma substância química chamada cloreto de cobalto. Ela tem uma propriedade especial: muda de cor quando em contato com a água.
Quando o ambiente está seco, sua cor é azul. Mas, a “penugem” do galinho capta a umidade do ar e começa a exibir um tom rosado. Esta é uma mudança reversível, ou seja, quando passa a estar em um ambiente mais seco, o cloreto de cobalto volta a ficar azul.
Assim, se o tempo está seco, a umidade relativa do ar baixa, o que faz com que o cloreto de cobalto reaja movendo suas moléculas para minimizar esta falta de água. Já se o dia está úmido, o equilíbrio da reação se desloca: a água fica em excesso no reagente, transformando a cor para o rosa.
A história do galinho do tempo
Diferente do que se pode imaginar, o galinho do tempo não foi criado no Brasil, mas em Portugal, em 1960, por um empresário chamado José Dias Cardoso. O que ele criou foi um higrômetro (instrumento que mede a temperatura a partir da umidade do ambiente) usando uma ripa de madeira de 15 centímetros com uma tela no meio.
Em 1964, José Dias criou uma versão mais sofisticada do instrumento, com 22 telas com composições químicas e níveis de sensibilidade. Ele começou a vender o aparelho especialmente para a Suécia, e os enviava pelo serviço postal.
Mais tarde, teve a ideia de mudar o formato do higrômetro para o de um galinho pequeno. E usou uma estratégia ousada de marketing: passou a deixar unidades do bibelô pelas ruas de Lisboa prometendo voltar alguns meses depois para coletar o pagamento ou o produto de volta. O marketing foi um sucesso e o galinho foi ficando muito popular.
Curiosamente, foi por conta desse sucesso em Portugal que ele foi trazido para o Brasil. Na década de 1970, a empresa de José Dias Cardoso vendia cerca de 60 mil galos por mês, e boa parte deles era enviada para o Brasil. Mas como o produto era patenteado em Portugal, mas não aqui, logo surgiram os imitadores locais que criavam galos que muitas vezes nem mudavam de cor.
Hoje já é mais difícil de achar um galinho original. Por isso, se você tem um desses em casa, guarde-o com cuidado, pois é uma relíquia.
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Mega Curioso