Dizem que começamos a morrer no momento que nascemos, e nada é mais certo do que o passamento. Mas a maioria das pessoas não se preocupa em comentar sobre a morte, e mesmo aquelas que professam religiões que acredita não existir a morte e sim a migração para uma vida espiritual, não se dizem preparadas por inteiro para o momento derradeiro.
Conversamos sobre todos assuntos e muitos que não levam a nada, mas da vida além túmulo deixamos de debater. Certo é que evitaríamos muitos transtornos no que diz respeito à parte material para os que ficam, se a gente tirasse um tempo para conversas a respeito do além.
Ao longo da vida nos deparamos com a palavra alma, espírito, morte em diversas ocasiões, e efetivamente nos esquecemos de trocar ideias sobre o tema! Alma e morte estão muito presentes e deveriam ser mais bem trabalhadas para quando chegar o nosso momento estarmos mais familiarizados, principalmente quando o desencarne acontece repentinamente ou tragicamente.
Quando a vida se extingue após longo período de sofrimento físico dizemos que o doente descansou, mas se a morte é repentina entramos em desespero, choramos e não nos conformamos, e até levamos tempo para assimilar. Chorar faz parte e não devemos reter lágrimas quando nos entristece a separação de pessoa querida que esteve junto de nós e que não sabemos quando voltaremos a rever, mas, o desespero demonstra falta de fé, desconhecimento sobre as questões que envolvem a alma e a morte, e não poderia ser diferente, pois tudo que nos é desconhecido causa espanto.
O não se conformar com o desencarne de outrem é rebelar-se contra a Lei Divina, que apesar pouco ainda entendermos em virtude de nossa condição evolutiva, temos pelo menos obrigação de aceitar, pois o Pai é perfeito, tem de ser Sua Lei perfeita também!
Descansou é apenas uma palavra que dizemos na falta de um melhor argumento para consolar outrem. Na realidade não existe o descanso para quem parte deste Plano, pois a vida continua seguindo o espírito com seus defeitos e virtudes.
Devemos ter em mente que o momento derradeiro chega para todos e que o desprendimento do nosso corpo físico será menos complicado se estivermos com um mínimo de esclarecimento do que acontece depois, afinal o passamento é uma dor dos dois Planos.
Em quantos casos a espiritualidade permite que o recém desencarnado assista a reunião de leitura do testamento, para que sirva de consolo a quem se foi, do real sentimento que seus herdeiros devotavam ao falecido? Então é melhor podermos dizer por ocasião da morte, a frase: “ele estava preparado” do que “ele descansou”. Nos preparemos amigos!
Nilton Moreira