O auxiliar de serviços gerais Pedro Valentin, de 42 anos, tenta desde segunda-feira (31) viajar de Florianópolis a Santa Rosa, no Rio Grande do Sul, para ver a mãe, de 62 anos, internada às pressas em uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
Os bloqueios de grupos de caminhoneiros que não aceitam a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições impedem a passagem de Valentin. Ele foi chamado às pressas pela irmã mais nova, mas está preso em Palhoça (SC).
Desde segunda-feira, o auxiliar de serviços gerais está em uma corrida contra o tempo. De Florianópolis até Santa Rosa são 11 horas de viagem. E a mãe dele, afirma, está “entre a vida e a morte” com problemas no coração.
Os bloqueios realizados por grupos bolsonaristas começaram em Palhoça logo após a apuração e se espalharam pelo Brasil. O movimento na cidade da Grande Florianópolis se concentra no perímetro do km 216 da BR-101, que liga Santa Catarina ao Rio Grande do Sul.
Valentim era apenas um dos motoristas presos na estrada. Com a esposa e a filha, o auxiliar de serviços gerais já tentou por duas vezes furar nesta terça-feira o bloqueio dos caminhoneiros, mas sem sucesso.
Vim de manhã aqui e falaram pra voltar para casa. Agora estamos indo pra lá (de novo) pra tentar (passar) pra ver se a gente convence (os caminhoneiros). Se a polícia está aí, deveria tomar providências. Todo mundo tem um dever. O protesto tudo bem, mas não trancar a rua”, disse.
Único filho homem, Valentin quer estar com a mãe idosa, mas diz que o sentimento é de “impotência” em meio aos bloqueios.
“Como é que vou chegar lá? Se minha mãe falecer, não poderei nem ir ao velório?”, indaga.
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SCC