Uma empresa de Caxias do Sul, na Serra do Rio Grande do Sul, foi autuada pelo Ministério do Trabalho e Previdência por fechar as portas nesta segunda-feira (7), em ato contra o resultado das eleições presidenciais. De acordo com a pasta, a fábrica de amortecedores teria também orientado os trabalhadores a irem para a frente de um quartel do Exército onde estão sendo realizados atos golpistas na cidade.
O g1 tentou contato com a empresa nesta segunda-feira, mas foi informado de que não havia profissionais trabalhando durante o dia inteiro.
De acordo com o Ministério do Trabalho, funcionários relataram que se sentiram obrigados a ir ao protesto por medo de perder o emprego.
Desde a divulgação do resultado da eleição, com vitória do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), bolsonaristas que não aceitam a derrota do atual presidente em eleição democrática paralisaram estradas, o que já foi interrompido pela polícia, e reuniram-se em frente a sedes do Exército pedindo intervenção militar, o que é inconstitucional.
A empresa foi autuada por locaute, que é a greve de empresários, algo proibido pela legislação trabalhista. O Ministério do Trabalho e Previdência também encaminhou o auto de infração para Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público Federal, Polícia Civil e Polícia Federal para apurar possíveis crimes contra a organização do trabalho.
O MPT emitiu uma notificação recomendatória à empresa e marcou uma audiência para esta semana.
Outras paralisações
Lojas de Bento Gonçalves, na Serra, também não abriram as portas nesta segunda-feira, após mobilização de empresários bolsonaristas contra o resultado das eleições presidenciais.
De acordo com participantes, mais de 100 lojistas aderiram ao ato, que pode configurar locaute. Procurado pela reportagem, o Ministério Público do Trabalho (MPT) do Rio Grande do Sul afirma que não houve denúncias ao órgão nesta segunda.
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G1 RS