Polícia
Foto: Mateus Bruxel / Agencia RBS

A Polícia Federal (PF) cumpre, nesta quinta-feira (15), mandados de busca e apreensão contra suspeitos de organizar atos antidemocráticos que contestam o resultado da eleição presidencial. A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

São mais de 80 mandados sendo cumpridos. Há ordens judiciais no Distrito Federal e mais sete Estados: Acre, Amazonas, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina.

Moraes também autorizou o bloqueio de contas dos investigados e quebra de sigilo bancário. Os nomes dos alvos ainda não foram divulgados.

A ofensiva é aberta três dias após bolsonaristas tentarem invadir a sede da PF em Brasília, além de atearem fogo a carros e ônibus na capital federal. O estopim para a escalada nas ações dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro foi a prisão do líder indígena José Acácio Serere Xavante, sob suspeita de supostos crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do Estado Democrático de Direito — a medida foi decretada a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

De acordo com a Polícia Federal, José Acácio Serere Xavante teria realizado atos antidemocráticos em frente ao Congresso, no Aeroporto de Brasília, no centro de compras Park Shopping, na Esplanada dos Ministérios e em frente ao hotel onde estão o presidente e o vice-presidente da República eleitos, Lula e Geraldo Alckmin.

Após os atos considerados antidemocráticos se espalharem pelo país com a derrota de Bolsonaro nas urnas, o Supremo determinou o desbloqueio de rodovias que foram tomadas pelos apoiadores do presidente. Além disso, a Corte impôs multa aos veículos identificados como participantes dos atos — e ainda determinou que as polícias e o Ministério Público investiguem supostos líderes e financiadores das ações.

As ações levaram à abertura, no STF, de uma apuração “em razão da ocorrência, após a proclamação do resultado das Eleições Gerais de 2022 pelo Tribunal Superior Eleitoral, de diversos atos antidemocráticos, nos quais grupos de caminhoneiros, insatisfeitos com o resultado do pleito, passaram a bloquear o tráfego em diversas rodovias do país, em modus operandi semelhante ao verificado nos Feriados da Independência de 2021 e 2022”.

No bojo de tal petição, o relator, Alexandre de Moraes, determinou o bloqueio de contas bancárias de 10 pessoas e 33 empresas diante da possibilidade de financiamento de “atos ilícitos e antidemocráticos”.

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Estadão Conteúdo