A MetSul Meteorologia alerta que o episódio de chuva que está tendo início no Rio Grande do Sul tem potencial de ser o mais significativo em vários meses no estado. A última vez que todo o estado terminou com chuva acima da média foi em abril de 2022. Os volumes de chuva projetados para o território gaúcho até o começo da semana que vem são altos a muito altos em diversas regiões gaúchas e podem trazer transtornos em algumas localidades.
A chuva começou ontem pelo Oeste e o Sul do Rio Grande do Sul. Hoje, as precipitações chegam à grande parte do território gaúcho. Já nas primeiras horas deste episódio de instabilidade são registrados volumes mais altos em algumas cidades. Em estações do Instituto Nacional de Meteorologia, os acumulados em 24 horas até 9h de hoje atingiram 52 mm em Caçapava do Sul e 46 mm em Dom Pedrito.
Nenhuma cidade gaúcha representa tanto os efeitos da estiagem dos últimos meses como Bagé. O município da Campanha passa a ter 18 horas de racionamento de água por dia a partir deste mês e as reservas hídricas do município estão perto do fim.
A boa notícia é que em 24 horas até 9h de hoje a estação do Inmet na localidade do Sul gaúcho anotou 38 mm, ou seja, 38 litros de água por metro quadrado. E vem mais água para a cidade da Campanha. A instabilidade agora vai diminuir e o tempo melhorar na região, mas no final da semana a chuva retorna para Bagé e se intensifica no próximo fim de semana.
No Rio Grande do Sul, o tempo não firma até o começo da semana que vem. Todos os dias até a próxima segunda-feira devem ter chuva no estado, o que não significa vai chover em todos os municípios do estado por uma semana seguida.
O primeiro momento de maior instabilidade e mais generalizada ocorre entre hoje e amanhã. Na quinta, embora chova ainda no estado, as precipitações perdem força e atingem um número menor de localidades. Ocorre que entre sexta e sábado novas áreas de instabilidade, inclusive fortes, se formam sobre o estado e trazem chuva novamente mais ampla e até volumosa em algumas áreas no segundo momento de maior instabilidade.
Os mapas acima mostram a projeção de chuva acumulada diária até 21h entre hoje e a sexta-feira a partir de dados modelo meteorológico Icon do serviço meteorológico nacional alemão Wetterdienst da rodada da 0Z de hoje. Observe como a chuva atinge grande parte do território gaúcho entre hoje e amanhã, reforçando-se a partir da sexta-feira.
No terceiro momento de maior instabilidade, que ocorrerá pelo avanço de uma frente fria no começo da próxima semana. Somente entre terça e quarta da semana que vem, pelos dados de hoje, o tempo firmaria no Rio Grande do Sul com a chegada de ar mais seco e frio impulsionado por uma área de baixa pressão no oceano.
VOLUMES DE CHUVA SERÁ MUITO ELEVADOS NO ESTADO
Os acumulados de chuva previstos pelos modelos numéricos até o começo da semana que vem são altos em grande parte do Rio Grande do Sul e mesmo excessivos em algumas regiões. Um grande número de cidades gaúchas deve ter marcas acima de 100 mm e algumas tendem a ter acumulados superiores a 200 mm e isoladamente superiores a 250 mm.
Assim, em muitos locais do território gaúcho a chuva apenas dos próximos sete dias deverá alcançar a média histórica de precipitação de maio inteiro. Em alguns pontos, os acumulados de precipitação até o começo da semana que vem podem ser equivalentes até a duas vezes ou mais a média mensal. Os mapas abaixo mostram as projeções de chuva para os próximos sete dias dos modelos meteorológicos Icon (Alemanha), ECMWF (Centro Meteorológico Europeu) e CMC (Canadá).
A MetSul alerta que neste evento de instabilidade podem ocorrer precipitações localmente fortes com acumulados altos em curtos períodos e capazes de gerar alagamentos. Chama atenção ainda para o risco de que em algumas áreas do estado os volumes muito altos possam causar a elevação de rios e arroios com possibilidade de inundações.
O período que mais vai exigir atenção será a sexta-feira e o fim de semana na Metade Norte do Rio Grande do Sul. Será o momento de instabilidade mais intensa e com maior potencial para volumes elevados a excessivos que podem causar transtornos. Não pode ser descartados ainda alguns temporais isolados.
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