Denúncia
Foto: RBS TV/Reprodução

A diretoria do Banrisul decidiu despedir por justa causa o funcionário Gabriel Leal Marchiori, apontado por mais de uma dezena de mulheres pela suposta prática de assédio moral e sexual. Nesta terça-feira (2), uma notificação extrajudicial contendo a decisão foi enviada a Marchiori pelos Correios.

O desligamento teve como base a apuração interna feita pelo banco. Em novembro, o Grupo de Investigação da RBS (GDI) revelou as suspeitas em relação ao funcionário e o relato de mulheres que já haviam procurado o Ministério Público do Trabalho (MPT) para contar situações de constrangimento vividas com Marchiori, que dirigia a Banrisul S.A Administradora de Consórcios.

Gabriel Leal Marchiori afirma que até o presente momento não foi informado por parte do Banrisul. Ele acrescenta que qualquer manifestação só poderá ser realizada a partir da notificação formal do banco.

Foi a denúncia de uma estagiária, que revelou ter sofrido suposto abuso sexual na sala do então diretor, que desencadeou os demais depoimentos. Os relatos davam detalhes de investidas com viés sexual, convites para sair, pedidos de fotos do corpo, exigências sobre atitudes que deveriam ter em viagens a serviço, orientações sobre tipo de roupa a usar no trabalho, toques e casos de humilhação a quem não agia conforme as orientações dele.

Marchiori ocupava função de alto escalão na Administradora de Consórcios, mas não no comando do banco. Ele foi destituído em 10 de novembro, cerca de 30 dias após a estagiária registrar, no canal de denúncias da instituição, o que teria ocorrido com ela.

Como à época ele era cedido à Administradora de Consócios — uma das empresas controladas pelo Grupo Banrisul —, ele acabou voltando ao quadro do banco, sem função gratificada. Ainda no começo de novembro, Marchiori apresentou atestado médico para se afastar por 90 dias. Ele segue afastado do trabalho.

O banco não se manifesta sobre detalhes do caso nem quanto à conclusão da investigação interna, mas a reportagem apurou que a decisão de desligamento levou em conta a comprovação de supostos episódios de assédio moral e sexual. Além das suspeitas iniciais, relacionadas a um grupo de 13 mulheres que procurou inicialmente o MPT, a instituição bancária recebeu novos relatos sobre comportamentos considerados não adequados de Marchiori.

O MPT tem um inquérito civil em andamento para investigar as suspeitas. Depois da reportagem do GDI, pelo menos nove mulheres procuraram a Polícia Civil. Um inquérito tramita na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) da Capital.

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G1 RS