Saúde
Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini

Diante de tantas perdas, cuidar do estado emocional das vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul é mais um desafio. Especialistas alertam que as medidas de apoio à saúde mental devem começar logo nas primeiras semanas.

A psicóloga Débora Noal coordena uma força-tarefa com 300 profissionais do SUS de vários Estados, inclusive do Rio Grande do Sul, para prestar esse primeiro atendimento.

Desastres anteriores mostraram que pessoas que recebem o apoio psicológico logo nas primeiras semanas terão menos chances de desenvolver um quadro mais grave no futuro.

“Mais notavelmente, vão ser quadros de depressão. Transtornos de ansiedade e de estresse pós-traumático. Eu diria que, talvez, nessa ordem, o que a gente deve esperar encontrar aqui no futuro”, avalia Christian Haag Kristensen, professor de Psicologia da PUC-RS . “É um trauma individual e mais do que isso: é um trauma coletivo. Porque afeta não só uma pessoa, mas comunidades inteiras.”

Segundo Débora Noal, de 15 a 25% das vítimas da tragédia no estado poderão sofrer algum transtorno mental.

“De 15% a 25% podem ter algum tipo de transtorno. Geralmente, pessoas que já sentiram em algum momento da vida, mesmo antes do desastre, que tinham muita dificuldade de lidar com mudanças, com perdas, com lutos. E são essas pessoas que agora a gente precisa ficar atento de como que a gente cuida”, afirma Débora.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, diz que não há prazo para o fim do trabalho.

“Falamos de um primeiro mês para o caso da saúde mental, mas eles vão permanecer o tempo necessário, e pode ser um tempo de três meses, de quatro meses, de seis meses, a depender desse monitoramento ambiental e das condições.”

Números

Mais de 650 mil pessoas encontram-se desalojadas ou desabrigadas no Rio Grande do Sul em virtude das enchentes no Rio Grande do Sul, de acordo com balanço divulgado da noite desta segunda-feira (20) pela Defesa Civil Estadual.

Pelo menos 85 pessoas estão desaparecidas e 806 ficaram feridas.

No total, 464 municípios do Estado registraram danos em razão dos temporais. Conforme o boletim da Defesa Civil, mais de 2,3 milhões de pessoas foram afetadas pelas cheias que assolam o Rio Grande do Sul.

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O Sul