Saúde
Contato com água das enchentes pode causar a contaminação pela doença. Foto: André Ávila / Agencia RBS

Porto Alegre e Cachoeirinha registraram os primeiros óbitos por leptospirose desde o início das enchentes de maio. Conforme a Secretária Estadual de Saúde (SES), que confirmou nesta quinta-feira (23) as duas mortes pela doença no Estado, às vítimas são dois homens, de 50 e 56 anos. Até o momento, quatro óbitos foram confirmados no Estado.

Amostras analisadas pelo Laboratório Central do Estado (Lacen) positivaram e confirmaram que ambas às vítimas morreram em decorrência da doença. A primeira vítima foi o morador de Porto Alegre, de 50 anos, que faleceu no dia 18 de maio. O segundo óbito confirmado ocorreu no dia seguinte, 19 de maio.

Morador do município de Travesseiro, no Vale do Taquari, Eldo Goss, 67, foi a primeira pessoa a morrer por leptospirose no RS desde o início das enchentes, em fim de abril. Ele estava internado no Hospital Bruno Born, em Lajeado, e faleceu no dia 17 deste mês. 

Segundo a SES, outros quatro óbitos ainda são investigados e aguardam laudo. As suspeitas foram registradas em Encantado, Sapucaia do Sul, Viamão e Tramandaí. Atualmente, o RS confirmou 54 casos da doença.

O que é a doença e como se prevenir

A leptospirose é uma enfermidade infecciosa transmitida pela exposição direta ou indireta à urina de animais – principalmente ratos – infectados pela bactéria Leptospira. Situações de enchentes aumentam os casos. A doença apresenta risco de letalidade que pode chegar a 40% nos casos mais graves, segundo o Ministério da Saúde (MS).

A bactéria pode entrar no corpo humano por meio de cortes ou arranhões e através das mucosas, sobretudo a boca. Os sintomas mais comuns são a febre alta, dor muscular (principalmente na panturrilha), dor abdominal, icterícia (coloração amarelada na pele), calafrios, fadiga, diarreia, náuseas e vômito. Especialistas indicam que casos suspeitos devem imediatamente buscar assistência média. O período de incubação é de sete a 14 dias, mas alguns sinais podem levar até um mês para aparecerem.

Segundo o Ministério da Saúde, a evolução para quadros graves ocorre em 15% dos casos. A manifestação clássica da leptospirose nesse tipo de paciente é a síndrome de Weil, caracterizada pela chamada tríade de icterícia (tonalidade alaranjada muito intensa – icterícia rubínica), insuficiência renal e hemorragia, mais comumente pulmonar.

As manifestações da leptospirose variam de formas assintomáticas até quadros graves que podem levar o paciente à morte. O diagnóstico é feito a partir da coleta de sangue no qual é verificado se há presença de anticorpos para leptospirose (exame indireto) ou a presença da bactéria (exame direto).

limpeza da lama de enchentes deve ser feita com equipamento de proteção, pois a bactéria pode infectar superfícies como móveis, paredes e chão.  Para isso, deve-se usar luvas e botas de borracha e lavar o local com uma solução de hipoclorito de sódio a 2,5%, na seguinte proporção: para 20 litros de água, adicionar duas xícaras de chá (400mL) de hipoclorito de sódio a 2,5%. A solução deve agir por 15 minutos.

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Gaúcha ZH