Polícia
Foto: Reprodução

Você recebe uma ligação e, do outro lado da linha, alguém diz que foi feita uma compra no seu cartão num valor – geralmente elevado. Lhe dão duas opções: clicar para 1 se foi você ou, 2, se você não reconhece essa compra.

Você, claro, não fez compra alguma – até porque os bancos não fariam este tipo de chamada. Mas, se você não se flagra e clica no 2, te passam o passo a passo para cair num dos mais recorrentes golpes da região nas últimas semanas.

Ontem mesmo, segunda-feira, 8, uma vítima (que não teve a idade revelada) teve prejuízo de quase R$ 16 mil em Dois Irmãos. A ocorrência foi registrada na Delegacia de Polícia Civil e, conforme o relatado, a pessoa recebeu uma chamada de alguém se passando pelo Mercado Livre. Solicitaram-lhe se reconhecia uma compra no valor de R$ 4 mil e, caso não, deveria digitar 2.

Foi o que fez. Logo caiu numa suposta ‘central antifraude’. Lá, solicitaram que verificasse se em seus aplicativos havia alguma movimentação estranha. Informaram que a transferência foi via Pix; num momento sua tela do aplicativo ficou ‘congelada’.

Solicitaram que fizesse uma transferência, referente ao mesmo valor feito – que seria estornada posteriormente. Seguiu passo a passo, digitou o CNPJ informado e transferiu R$ 9.990.

Após isso, solicitaram para verificar outro aplicativo, onde lhe disseram que, supostamente, também tinham sido feitas transferências de uma conta poupança. Fez o mesmo processo, desta vez para outro CNPJ e no valor de R$ 3.490. E, numa outra conta-corrente, transferiu R$ 2.490.

No final, recebeu supostos códigos de estornos via SMS, se passando pelos seus bancos. Percebeu que nenhum estorno de fato foi feito e que os comprovantes eram falsos; somente então, constatou que caiu num golpe.

Rapidamente entrou em contato com as agências bancárias, que informaram que tentariam o estorno das transferências. E, até o momento, soma o prejuízo de R$ 15.970.

A reportagem recebeu diversos relatos, nos últimos dias, de ligações semelhantes. A recomendação é: desligar imediatamente ao receber uma chamada deste tipo. Informações referentes a compras no cartão o banco enviará diretamente via centrais seguras.

ORIENTAÇÃO DA POLÍCIA

Segundo o delegado Felipe Borba, a orientação é jamais prestar qualquer tipo de informação e ter a clareza de que nenhum banco entre em contato para que a pessoa confirme determinado pagamento.

“Até porque as instituições já possuem mecanismos do próprio sistema para identificar transações suspeitas, inclusive de bloqueio automático de cartões, caso algo seja detectado.”

Mesmo assim, se a vítima acabar passando algum dado, o ideal é assim que desconfiar, encerrar a chamada, bloquear contatos “e ter também a consciência de que os golpistas podem insistir através de outros números”.

Borba reforça a importância de, sempre, manter a calma. Explica também que caso alguma quantia depositada seja utilizada sem a anuência do detentor da conta, desde que a pessoa não tenha contribuído para que isso aconteça, deve haver uma preocupação restrita à própria instituição bancária “já que eles têm o dever de guarda das quantias e qualquer falha no sistema. O sistema de segurança do banco gera a obrigação da instituição financeira a indenizar.”

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