Um recente relatório da Associação Americana para a Pesquisa do Câncer levanta preocupações sobre a relação entre o consumo de álcool e o aumento de casos de câncer, especialmente entre adultos com menos de 50 anos.
Apesar da taxa de mortalidade por câncer ter diminuído, a incidência de vários tipos de câncer, como os do sistema gastrointestinal e o câncer de mama, está aumentando, com um crescimento alarmante observado entre os mais jovens.
O estudo aponta que 40% dos casos de câncer estão relacionados a fatores de risco modificáveis, recomendando a redução do consumo de álcool, juntamente com mudanças no estilo de vida, como evitar o tabaco, manter uma dieta saudável, praticar exercícios e minimizar a exposição a poluentes.
Os autores da pesquisa pedem também que campanhas de conscientização sejam realizadas e que rótulos de advertência específicos sobre câncer sejam adicionados às bebidas alcoólicas.
“Cinquenta e um por cento das pessoas — ou mais da metade — não sabe que o álcool aumenta o risco de câncer”, disse Jane Figueiredo, epidemiologista do Instituto de Câncer Samuel Oschin, no Cedars-Sinai Medical Center, em Los Angeles (EUA), que participou do comitê responsável pela elaboração do relatório.
“Podemos falar sobre o mito de que o vinho tinto tem potenciais benefícios cardiovasculares, mas existem muitas maneiras de manter o coração saudável, e esses potenciais benefícios não superam os riscos de câncer”, acrescentou.
De acordo com o relatório, o consumo excessivo de álcool aumenta o risco de seis tipos de câncer, incluindo carcinoma espinocelular do esôfago e certos tipos de câncer de cabeça, pescoço, mama, colorretal, fígado e estômago.
Acredita-se também que o álcool aumente o risco de câncer de mama em mulheres, pois pode elevar os níveis do hormônio estrogênio, que pode impulsionar o desenvolvimento da doença. Como resultado, a redução do consumo de álcool é uma das poucas maneiras que as mulheres têm para modificar seu risco para essa doença.
Enquanto as mulheres já foram desencorajadas a beber durante a gravidez por muitas razões, o relatório da Associação Americana para a Pesquisa do Câncer fornece mais uma: estudos mostraram que o consumo de álcool durante a gravidez aumenta o risco de leucemia infantil nos filhos.
Os pesquisadores ressaltam que, diante dessas evidências, a redução do consumo de álcool se torna uma estratégia crucial para a prevenção do câncer.
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