Saúde
Foto: Rebecca Mistura / Agencia RBS

As fumaças intensas que iniciaram ainda em agosto, podem ter relação com o aumento no número de casos de doenças respiratórias em Passo Fundo, como afirma o pneumologista Vinicius Buaes Dal Maso.

Entre julho e agosto, o Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) registrou um aumento de cerca de 22%, com 154 casos em julho e 188 em agosto. O mês de setembro fechou em 158 casos até o momento. 

O Hospital de Clínicas teve o mesmo número de casos de síndromes respiratórias agudas graves (SRAG) em julho e agosto, com 19 atendimentos. Durante setembro, até esta quarta-feira (25) foram 9 casos.

Já o Hospital Beneficente Dr. César Santos — conhecido como Hospital Municipal — registrou 200 casos de pacientes com quadros de infecções respiratórias em agosto, uma média de 6 pacientes por dia

Do dia 1 a 10 de setembro outros 93 casos foram atendidos, o que configura uma média de 9 pacientes por dia. Trata-se de um aumento de aproximadamente 44% no número médio diário de casos quando comparado com agosto.

— O aumento de casos pode sim ter relação com o ar poluído. É claro que estamos em uma fase de manifestação de vírus respiratórios, mas com certeza a poluição ajudou nesse aumento. Tenho pacientes que há muito tempo não tinha nenhum sintoma de doença respiratória e agora voltou. Outros tinham sintomas mais leves e agravaram. Asmáticos com certeza estão entre os primeiros grupos a serem prejudicados com a fumaça, junto com quem tem enfisema pulmonar — explica o médico.

Qualidade do ar “insalubre” 

Na segunda-feira (23) a qualidade do ar de Passo Fundo, no norte gaúcho, voltou a ser classificada como insalubre pela agência suíça IQ Air. 

Em 11 de setembro, a concentração de partículas de até 2,5 micrômetros (PM2.5) chegou a ficar 13 vezes maior do que o valor anual recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a qualidade do ar. Na quinta (26), o ar teve classificação “Insalubre para grupos sensíveis”.

Dal Maso indica o site suíço IQ Air como uma boa opção de controle dos índices de qualidade do ar e afirma que o uso de máscaras pode depender do dia, por isso é preciso estar informado sobre as mudanças relacionadas à fumaça.

— O uso pode ser feito preferencialmente por pacientes que já tem algum problema e que têm o risco aumentado. Esses pacientes podem até usar a máscara N95. Pessoas que ficam por mais tempo na rua também podem usar caso a qualidade do ar esteja baixa. É importante também fechar as janelas de casa para não deixar entrar a poluição e fazer uso de purificadores e umidificadores conforme a umidade do ar no dia — orienta o pneumologista.

O médico também afirma que é importante manter-se sempre bem hidratado e alimentado. Além disso, ele recomenda praticar atividade física em locais fechados em dias em que o ar está comprometido. 

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Gaúcha ZH