É angustiante quando se tem um órgão debilitado e que em curto tempo parará ocasionando a morte física. É verdade que devemos preservar a vida a qualquer custo, como também é válido até mesmo que pessoas que tenham poder aquisitivo ofereçam valores altíssimos para obter qualquer tipo de órgão, afinal é triste ver quem gostamos, aos poucos ter a vida extinta.
A ansiedade enfrentada por quem espera um órgão é muito grande, e do ponto de vista do doador que não exige pagamento algum, só nos resta elogiar a atitude, pois está dentro dos princípios do Mestre, “amar ao próximo como a si mesmo”! A doação de órgão é a demonstração de sublime amor, mas merece análise mais aprofundada pela complexidade existente, pois envolve relação do corpo físico e corpo perispiritual.
O corpo carnal possui uma cópia fluídica, que o espírito que é o princípio inteligente que somos os utiliza nos dois planos. Assim sendo, devemos lembrar que a doação deve acontecer estando o doador consciente da sua máxima vontade, devendo ter um desprendimento considerável da matéria, pois a vida continua, e se este não estiver convicto realmente de querer doar, poderá ocorrer problemas além-túmulo.
Quando deixamos o corpo físico continuamos a individualidade, e o apego a matéria dificulta o desvencilhamento do que nos pertence, seja objetos, valores e sentimentos, podendo acontecer de quem recebe um órgão doado, passado certo tempo apareça rejeições que normalmente torna inútil o transplante, e a medicina não conseguir evitar o óbito.
A ciência diz que após a morte cerebral o quadro é irreversível, mas do ponto de vista de certas crenças ainda existe espírito vinculado ao corpo, por existir ainda energia fluídica entre perispírito e corpo físico, e portando o processo de desencarne ainda não foi concluído.
O período coma serve de aprendizado ao espírito e para aqueles que tem ligação de amor. Doar um órgão é válido sempre, mas devemos fazê-lo com amor e desprendimento.
Quem não estiver totalmente desapegado à matéria evite doar para o bem de ambas as partes.
Por Nilton Moreira