Polícia
Suspeito foi preso preventivamente. Foto: Divulgação / Polícia Civil

A Polícia Civil prendeu preventivamente, na manhã desta terça-feira (1º), o coordenador da Associação de Apoio aos Necessitados (Asan), Marco Antônio Almeida de Moraes, 49 anos. Ele é suspeito de desviar valores que podem chegar a R$ 1 milhão. O caso ocorreu em Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo.

O advogado de defesa de Moraes, Luis Carlos Rech, disse que buscará a liberdade do cliente, que está detido no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul.

Investigação

De acordo com a delegada Raquel Schneider, a Polícia Civil investiga desvios de alimentos, medicamentos e até a subtração de aposentadorias dos cerca de 70 idosos em situação de vulnerabilidade social atendidos na entidade filantrópica.

Moraes é suspeito de ser o líder de uma organização criminosa envolvida no esquema, da qual fariam parte ainda a esposa e o filho dele, além de outros colaboradores da Asan.

Segundo a Polícia Civil, o grupo utilizaria notas fiscais frias para fazer desvios de repasses que eram feitos para a instituição. O dinheiro acabava indo para as contas de uma construtora onde Moraes trabalha.

Por exemplo: em um dos casos, o grupo teria feito o pedido de uma nota fiscal no valor de R$ 10 mil a um açougue. A casa de carnes emitiu a nota e cobrou o valor, mas só teria entregue algo em torno de R$ 300 em produtos. Em troca, o responsável pelo açougue recebeu cerca de R$ 150 pela emissão da nota e devolveu “limpo” para o grupo mais de R$ 9,5 mil.

— Notas fiscais frias eram emitidas por comerciantes, prestadores de serviço, eles recebiam esse valor que saia da conta da Asan e ia para uma conta dele. Esses valores iam para uma construtora onde ele trabalha. Esses prestadores de serviço são pessoas ligadas à construtora — diz a delegada Raquel.

A prisão

Moraes foi preso em casa, um imóvel que fica no bairro Avenida. Segundo a delegada Raquel, a Justiça homologou o pedido da Polícia Civil porque o suspeito estaria interferindo na investigação.

— Percebemos que testemunhas estavam sentindo um desconforto ao falar sobre o assunto ao prestar depoimentos. Descobrimos que ele tinha contato com as testemunhas e, inclusive, chegou a levar essas testemunhas intimadas pela gente para prestar depoimento na delegacia. Tudo isso foi comprovado por imagens — conta.

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Gaúcha ZH