Durante passagem por Belo Horizonte (MG), o ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer que será candidato ao Palácio do Planalto em 2026. A declaração vai de encontro ao status político do ex-mandatário e atual líder da direita brasileira, impedido pela Justiça de disputar qualquer eleição até 2030 mas que ainda espera uma decisão favorável no Supremo Tribunal Federal (STF).
As declarações foram feitas em coletiva de imprensa após encontro com apoiadores na capital mineira. A entrevista foi abruptamente interrompida por incidente envolvendo apoiadora que agrediu verbal e fisicamente uma jornalista – confusão contida após o ex-presidente pedir calma a seus apoiadores.
Durante a conversa, Bolsonaro não evitou temas delicados. Ele direcionou suas críticas especialmente a Valdemar da Costa Neto, chefe de seu partido, o PL. O ex-presidente está impedido de se reunir com o dirigente da sigla, por determinação da Polícia Federal (PF).
A inelegibilidade também esteve na pauta. “Estou inelegível por ter me reunido com embaixadores”, declarou, desferindo um ataque velado ao dirigente do seu partido. “Disseram que foi abuso de poder político porque ganhei votos com essa reunião.”
O ex-presidente se defendeu das acusações de abuso de poder econômico relacionadas a um evento com a presença do pastor Silas Malafaia: “Não havia um centavo meu envolvido”. A justificativa pareceu mais uma tentativa de afastar de si a culpa e reforçar a narrativa de que as acusações fazem parte de uma estratégia para desestabilizá-lo.
Por outro lado, Bolsonaro celebrou a vitória de seus candidatos nas eleições municipais, ressaltando o aumento do número de votos para os partidos de direita: “Já elegemos dois prefeitos em capitais e estamos no segundo turno em nove delas, com grandes chances de vitória. O PL veio para ficar”.
A discussão sobre 2026 dominou a coletiva, com Bolsonaro reafirmando sua disposição em concorrer. “Querem tornar alguns de nossos parlamentares e aliados inelegíveis. Estão com medo da gente, mas não podem ter medo do povo brasileiro”.
Entenda
Em junho do ano passado, por cinco votos a dois, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenou Bolsonaro a oito anos de inelegibilidade – até 2030. A defesa recorreu ao TSE e tenta que levar o processo ao STF, na esperança de reverter a decisão.
Na origem da ação está a conduta de Bolsonaro durante reunião realizada em julho de 2022 com embaixadores no Palácio da Alvorada, para atacar o sistema brasileiro de votação. À época, o ministro do Supremo Alexandre de Moraes considerou que o ex-presidente usou a estrutura pública para fazer ataques ao Judiciário. Também apontou a divulgação de notícias falsas sobre as urnas eletrônicas.
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O Sul