Polícia
Foto: MPRS / CP

Um morador da Serra gaúcha foi alvo de uma operação de combate ao neonazismo. Intitulada Operação Overlord, a ofensiva deflagrada nesta segunda-feira também ocorreu em Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Sergipe. Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão. Duas pessoas foram presas em flagrante.

A ação foi coordenada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), com cumprimento das ordens nas cidades de São Paulo, Taubaté (SP), Curitiba (PR), Cocal do Sul (SC), Jaraguá do Sul (SC), Pomerode (SC), Caxias do Sul (RS) e Aracaju (SE). Em solo gaúcho, as diligências contaram com apoio do MPRS, através do Núcleo de Prevenção à Violência Extrema, além do 12º BPM.

De acordo com a investigação, os alvos pertencem a um grupo suspeito de promover apologia ao nazismo e por planejar atos violentos em diferentes regiões do país. Eles também mantinham uma banda que se apresentava em eventos neonazistas Brasil afora, onde bandeiras com suásticas eram exibidas. As apresentações chegavam a reunir mais de 30 pessoas.

Também foi identificado que os suspeitos faziam uma cerimônia de “batismo” para novos membros. O ritual de iniciação tinha como objetivo fortalecer os laços internos e reafirmar a adesão à ideologia neonazista, sendo considerado crucial para a coesão e expansão do bando.

Ainda conforme a investigação, os membros do grupo se autodenominam skinheads neonazistas e adotam como símbolo o Sol Negro, um emblema associado ao ocultismo nazista e à “supremacia ariana” com um fuzil AK-47 ao centro. A marca representa, na visão dos investigados, tanto a supremacia branca quanto a glorificação da violência, indicando a disposição do grupo para o uso da força em sua imposição ideológica.

Um dos presos seria liderança do grupo. Ele estaria envolvido diretamente em um homicídio ocorrido em 2011, quando um jovem do movimento punk foi assassinado a facadas em São Paulo. O crime teve motivação ideológica.

Outro homem detido é um militar da ativa do Exército Brasileiro, um praça temporário, suspeito de participar de encontros neonazistas. Embora os crimes preliminarmente atribuídos a ele não estejam diretamente relacionados às suas funções militares, o conhecimento avançado dele em táticas de combate e armas de fogo é considerado um fator de risco associado à sua participação no grupo.

As buscas em Caxias do Sul localizaram facas e artefatos militares na casa do suspeito. Entre os materiais apreendidos está um fardamento simular ao que soldados russos utilizam na guerra da Ucrânia.

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Correio do Povo