Saúde
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O cheiro é um dos muitos mecanismos usados no mundo selvagem, seja para se defender ou se camuflar de presas. Entretanto, no ambiente urbano, essa mesma finalidade se torna um peso e até mesmo motivo de chacota. Mesmo que existam pessoas que não cuidam da higiene pessoal, outras têm maior probabilidade de exalar o odor ruim por diferentes fatores que nem poderiam supor – seja por doenças, pelo que comem, genes ou emoções afloradas em determinadas situações.

Centenas de compostos químicas são liberados de nossos corpos a cada segundo, se transformando em gases à temperatura ambiente e se dissipando facilmente. No entanto, eles dão pistas sobre quem somos e como anda nossa saúde. Confira abaixo 6 fatores que podem estimular o mal cheiro corporal.

– Comer muito carboidrato ou carne: Uma dieta com porções exageradas de carne ou carboidratos pode atingir finalidades específicas, mas deixará um cheiro desagradável no caminho, de acordo com pesquisadores da Universidade de Macquarie, em Sidney, na Austrália. Eles avaliaram o efeito de carnes, verduras e carboidratos no odor exalado pelas axilas masculinas e chegaram à conclusão de que homens que consumiam carboidratos em excesso teriam menor interesse das mulheres pois têm “um suor mais forte e menos agradável”, segundo os resultados do artigo publicado em 2017.

Já no caso da carne, um estudo da Oxford Academic aponta que as toxinas produzidas no corpo dos animais e consumidas pelos humanos fazem com que o suor também tenha um cheiro mais forte, perceptível pela transpiração.

– Estresse: A liberação de hormônios como o cortisol e a hidrocortisona causada pelo estresse tem efeito pró-inflamatório, o que deixa o corpo mais suscetível problemas periodontais como gengivites e periodontites. Essas infecções periodontais podem produzir compostos que têm odores fortes e desagradáveis – principalmente os sulfurados – gerando o mau hálito.

Além disso, um estudo realizado pela Monell Chemical Senses Center, um instituto da Filadélfia, nos Estados Unidos, aponta que quando o organismo está sob estresse, há a secreção das glândulas sudoríparas e quando esse suor se mescla às bactérias da pele, o resultado é um odor mais desagradável.

“O cortisol induz as nossas glândulas sudoríparas a produzirem uma quantidade maior de suor. E essa quantidade maior, em contato com a microbiota da pele, acaba promovendo o mau odor”, explica a dermatologista Ana Carolina Sumam.

– Síndrome do odor de peixe: Muitos profissionais que trabalham com pesca têm que ter uma higiene redobrada para não levarem o cheiro dos animais para casa, ainda assim, há pessoas que nem passam perto do mar, mas sofrem com o mesmo problema. É o caso dos indivíduos que sofrem de uma condição genética rara chamada trimetilaminúria, ou apenas síndrome do odor de peixe.

Essa patologia transmitida hereditariamente faz com que a pessoa seja incapaz de metabolizar o composto químico trimetilamina, resultando na excreção excessiva dela na urina, hálito, suor e fluidos reprodutivos, de acordo com a ex-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica Eliandra Palermo. Esse composto orgânico volátil é conhecido por um odor semelhante ao de um peixe podre, mesmo que seja produzido naturalmente no organismo humano.

– Diabetes e o odor de acetona: A alteração para um cheiro semelhante ao de acetona é uma complicação do diabetes. Na falta da quantidade necessária de insulina para fazer com que a glicose seja usada como energia pelas células do sangue, a gordura entra no lugar. Durante essa reação química, conhecida como lipólise, são formados compostos cetônicos. Em seguida eles são excretados pelo suor e respiração, resultando em um odor característico de removedor de esmalte, afirma Eliandre.

Entretanto, Ana Carolina explica que essa complicação deve ser avaliada com atenção, pois geralmente é desencadeada por um indivíduo que não segue o tratamento ou que não está sendo feito corretamente. Além disso, ele também pode ocorrer em caso de estresse e infecções.

“Quando ele está com a glicemia excessivamente alta, o organismo pode entrar em cetoacidose diabética e fica com um hálito cetônico, por exemplo. Mas se estiver com a glicemia controlada, seguindo o tratamento corretamente, isso não acontece”, diz Ana Carolina.

– Tricomicose: De acordo com a dermatologista Ana Carolina, a tricomicose é uma infecção bacteriana superficial. Por não se aprofundar no corpo, não é grave e pode ser tratada facilmente, com o uso de antibióticos e com a higienização correta. Entretanto causa forte odor quando em contato com o suor na axila ou virilha, acumulando compostos sulfurados voláteis e outras substâncias como aminas e ácidos graxos. Ela é transmitida por contato, mesmo assim, a especialista aponta que não é uma doença que acontece com frequência entre pessoas com higiene pessoal em dia.

– Apneia do sono: A apneia do sono faz com que o indivíduo, na maioria das vezes, tenha que respirar pela boca devido a obstrução das vias nasais. Com isso há o ressecamento bucal e diminuição na produção de saliva, secreção natural que ajuda a limpar as bactérias e partículas de alimentos da boca. Sua redução pode levar à proliferação desses micro-organismos, resultando em mau hálito. As informações são do jornal O Globo.

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