O município de Santo Ângelo vive uma realidade preocupante em relação ao desaparecimento de pessoas, com números que chamam atenção e exigem ações efetivas de prevenção e conscientização. De acordo com levantamento da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, o município possui 33 casos de desaparecimento registrados, sendo 11 deles envolvendo crianças e adolescentes. Os casos de adultos desaparecidos são atribuição da Delegacia de Polícia de Santo Ângelo.
Conforme o delegado Lúcio Melo, é crucial que familiares realizem o registro formal junto a delegacia. “É importante destacar a importância dos familiares realizarem o registro o quanto antes, não sendo necessário aguardar 24 horas para tanto, bem como, realizar o registro quando a pessoa desaparecida retorna para casa.” O delegado salienta que o procedimento é necessário para evitar que a vítima continue sendo buscada como desaparecida e para o planejamento dos serviços policiais. “Ao tomar conhecimento do retorno de um familiar que havia sido registrado como desaparecido, procure a delegacia mais próxima para informar a situação”, frisa.
Apenas em 2024, já foram contabilizados 20 novos casos, destacando a gravidade do problema e a necessidade de iniciativas tanto por parte do poder público quanto da sociedade. Os desaparecimentos não se restringem a um único perfil. Entre as 33 pessoas desaparecidas em Santo Ângelo, há registros de adultos, idosos e, em especial, menores de idade. Esse dado alerta para a importância de medidas preventivas voltadas às populações mais vulneráveis.
Crianças e adolescentes, por exemplo, muitas vezes desaparecem devido a conflitos familiares, busca por abrigo em casa de amigos ou parentes, ou, em casos mais graves, situações que envolvem violência ou exploração. Um exemplo recente que mobilizou a cidade foi o desaparecimento de Marcos André Bueno Campos, de 46 anos, que possui deficiência auditiva e faz uso de medicação regular.
Marcos desapareceu no último sábado, 23, e, após três dias de buscas intensas, foi localizado pelas equipes de resgate na localidade de Barra São João, no interior de Santo Ângelo. O êxito da operação contou com o trabalho coordenado do 11º Batalhão de Bombeiros Militares de Santo Ângelo e o 4º Batalhão de Bombeiros Militares de Santa Maria, com auxílio de cães farejadores e apoio comunitário, demonstrando a importância de uma mobilização ágil e bem estruturada. Entretanto, o caso de Marcos é apenas um reflexo de uma questão maior.
A Polícia Civil destaca que a resposta imediata a um desaparecimento é importante para aumentar as chances de localização. Não é necessário aguardar um período de tempo para registrar um boletim de ocorrência, e algumas ações simples podem ser determinantes no processo de busca. Contatar amigos, familiares e vizinhos, verificar os últimos passos da pessoa desaparecida e fornecer informações detalhadas, como roupas utilizadas e características físicas, são passos iniciais importantes. Além disso, a tecnologia tem desempenhado um papel fundamental nas investigações. Monitoramento por câmeras, análise de redes sociais e o uso de cães farejadores têm contribuído para localizar pessoas desaparecidas com maior eficiência.
A realidade de Santo Ângelo não é isolada. Em todo o estado do Rio Grande do Sul, a busca por desaparecidos é uma das atribuições mais complexas da Polícia Civil. O órgão reforça que, uma vez localizada a pessoa, é essencial comunicar imediatamente às autoridades para que o registro seja encerrado e o caso não permaneça em aberto.
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Patrick Siede | Grupo Sepé