Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que o saldo ainda é negativo, mas diferença caiu desde 2020.
Reclamação constante de empresas de todos os portes e segmentos nos últimos anos, a dificuldade de recrutar e reter profissionais qualificados abre uma janela de oportunidade para um público bem específico, o de trabalhadores com mais de 50 anos. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) obtidos pela coluna mostram que o saldo de contratações e demissões de pessoas nessa faixa etária ainda é negativo, mas a diferença caiu consideravelmente desde 2020 no Rio Grande do Sul – e no país, com números que acompanham a curva observada no Estado.
Não que alguém tenha esquecido, mas importante lembrar que o ano inicial da pandemia pode ser considerado um marco no mundo do trabalho. Sobretudo para as gerações mais jovens, que já vinham reavaliando o que era mais importante na hora de escolher e permanecer em um emprego. Essa espécie de conflito geracional levou empresas mais tradicionais a voltarem seus olhos para os mais velhos.
– Colhemos isso junto aos departamentos de recursos humanos. Os empregadores veem com bons olhos, como pessoas que têm boa experiência para oferecer, que têm muita vitalidade e podem contribuir. Principalmente em setores como o de serviços e o comércio – pontua o diretor-presidente da Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS), José Scorsatto, que complementa:
– E, do outro lado, o público responde bem. Temos um cenário em que a reforma da previdência estendeu o tempo de trabalho e muitos, mesmo aposentados, desejam ou precisam complementar sua renda.
Adaptação
De olho nos chamados profissionais 50+, as empresas têm se esforçado para atrair e reter essas pessoas, promovendo programas para integrá-los aos mais jovens dentro das equipes e familiarizá-los com eventuais pontos de dificuldade, como a tecnologia. Recentemente a coluna mostrou o interesse e as estratégias de setores como o varejo farmacêutico e de supermercados.
Já para os candidatos, o esforço a se fazer é mostrar o que Scorsatto chama de “mente aberta para novos aprendizados”.
– É preciso entender que, hoje, tudo é muito ágil, mas é uma agilidade que vem com o tempo. É essencial aceitar o auxílio dos colegas. Também temos um ambiente de trabalho com mais liberdade de opinar, em que se discute as rotinas com mais naturalidade, diferente de antigamente – defende.
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Gaúcha ZH