Uma mistura de emoções como alegria e tristeza, insatisfação e realizações, esperança e desespero e muitos outros sentimentos controversos fazem parte do balanço de final de ano. A psicanalista Andréa Ladislau até usa um termo para definir esse período: a Dezembrite, que seria a Síndrome do Final do Ano quando muitas pessoas ficam meio depressivas por conta do Natal e das festas de Reveillon. “Os motivos podem ser e são, muito subjetivos, porém apesar da mudança de calendário causar grande alegria e motivação para muitos, para outros, ela eleva e agrava o nível de ansiedade, estresse, melancolia e tristeza”, explica a profissional.
Especialista em Gestão de Saúde e especialista em Ciência da Felicidade, pela Universidade de Berkeley, na Califórnia, Chrystina Barros, também faz sua abordagem sobre dezembro, que pode ser um mês de descanso ou exaustão porque é o último de um ciclo intenso no qual as responsabilidades profissionais, pessoais e até os preparativos para as festas de fim de ano podem sobrecarregar o corpo e a mente.
Segundo Andréa Ladislau, “a Dezembrite gera um misto de emoções, sentimentos e muita ansiedade, também pelo que não foi feito, pelo que não se conquistou e pelos desejos não concretizados ao longo dos últimos 365 dias, estimulando o desânimo, a baixa autoestima e até a depressão, em caso de pessoas que já possuem uma tendência a ter o problema”.
Chrystina Barros complementa afirmando o mês de dezembro representa o fim de um ciclo que imediatamente recomeça. “Então existe muita alegria, a sensação de comemorar, de fechar o ano, de celebrar tanto o ano que se passou. Mas têm pessoas que renovam seus votos, e nesse momento, entre o que se passou e o que vem, esse balanço pode acabar gerando os sentimentos de frustração: São aquelas promessas de fim de ano que a gente faz, e vemos às vezes as brincadeiras”, explica a pesquisadora.
A mudança de calendário, acrescenta Andréa, não é um decreto de que o mundo vai acabar. “É preciso encarar o fechamento de ciclo como um tempo que segue e dará a chance e oportunidade de novas realizações e concretização do que não foi resolvido no ano que passou. Nem tudo precisa ser resolvido agora, e temos que ter a consciência de que não é saudável carregar o peso do ‘perfeito’ nas costas”, preconiza.
Novo ano
A psicanalista Andréa Ladislau recomenda para ter um ano melhor “permitir-se celebrar sempre suas conquistas e realizações, por menores que elas pareçam. Lembrar que devemos viver um dia de cada vez, investindo no agora, no momento presente, evitando estimular a ansiedade com o que ainda está por vir e nem sempre podemos controlar. Provocar uma mudança de hábitos e incluir na rotina para 2025, práticas de autocuidado que favoreçam a saúde física e mental. Tais como: higienização do sono; praticar atividade física regular; cuidados e controle da alimentação; desenvolver um hobbie; evitar o excesso de telas; buscar a socialização e a conexão com o outro; fazer terapia; criar metas a serem alcançadas e um planejamento de novas conquistas, sem deixar que a auto cobrança, o desejo de perfeição e a frustração sabotem o estímulo às novas realizações; aprender a dizer “não” e colocar limites no que gera desconforto e insatisfação; estar mais próximo da natureza e de sua essência; além de definir um propósito para o seu 2025”.
Na mesma linha, Chrystina Barros ensina: “Eu quero que cada dia meu seja bom e se eu me propuser a cada dia fazer algo diferente, esse diferente talvez possa ser melhor para mim. E aí, 1º de janeiro, 1º de junho, 31 de agosto ou 31 de dezembro, serão dias em que eu posso fechar balanços, mas eu vou ser melhor para mim todos os dias. E se eu for melhor para mim todos os dias, porque eu consegui fazer em mim coisas boas, aproveitar momentos duros, tirar lições, levar relacionamentos, conquistas, amizades, pessoas, amores. Isso já vale a pena para todos os dias e que a gente possa colocar isso como uma ação para cada tempo, na renovação do ano novo, que é para todos, do nosso aniversário, aniversário de casamento, de namoro, de formatura, renovando a esperança sempre”.
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O Sul