Os artistas da MPB já foram contra a opressão e a ditadura. Hoje o meio artístico brasileiro em grande parte, não se preocupa mais com a defesa da liberdade. Defendem sim unicamente os seus interesses financeiros, o que não seria um problema se eles assumissem isso. Mas ao contrário, utilizam a narrativa padrão da cartilha marxista, como se fossem os baluartes na defesa da “democracia”, os donos de toda a virtude. Continuam batendo na tecla enferrujada de 1964, como se vivêssemos em um país onde há liberdade de expressão. Eu estaria cometendo um erro grave de compreensão se um Chico Buarque da vida cantasse para o atual Presidente da República que defende ditadores mundo a fora, “Apesar de você, amanhã há de ser um novo dia.” Se esse mesmo Chico cantasse em protesto pelas pessoas com perfis bloqueados na internet por expor suas opiniões, dizendo “Pai afasta de mim esse cálice. De vinho tinto de sangue. Como é difícil acordar calado. Se na calada da noite eu me dano. Quero lançar um grito desumano. Que é uma maneira de ser escutado.” E se ele colocasse sua poesia a serviço da verdade dizendo para aquele Ministro do Supremo “Hoje você é quem manda. Falou, tá falado. Não tem discussão, não. A minha gente hoje anda falando de lado. E olhando pro chão, viu.”
E o que dizer dos diretores do cinema brasileiro? Será que algum deles vai fazer um filme contando a história daquele morador de rua que deu o azar de estar na rua errada no dia 08 de janeiro de 2022, e foi preso sem julgamento, sendo solto só na semana passada. Provavelmente não farão este filme, porque hoje o engajamento político deles, não é mais contra a opressão. A verdade é que o meio artístico foi comprado com as leis rouanets, perdendo a força da sua causa. E assim “Caminhando contra o vento
Sem lenço e sem documento” eles vão expondo a sua total ignorância política, como quem segue a manada, com medo do cancelamento.
Por Carton Cardoso