Os brasileiros devem se preparar para aumentos significativos nos preços de alimentos como café e carnes em 2025, com projeções de altas de até 20%. Economistas apontam que a baixa oferta global e a desvalorização do real frente ao dólar são os principais fatores por trás desses reajustes. O governo já monitora a situação, preocupado com o impacto no bolso das famílias e possíveis reflexos políticos.
“vilões” da inflação
Luis Otavio Leal, economista-chefe da G5 Partners, projeta alta de 5% nos alimentos este ano, abaixo da média histórica de 7%. No entanto, ele destaca que carnes e café serão os “vilões” da inflação, com aumentos de 7,5% e 20%, respectivamente. “A dinâmica é influenciada pela safra recorde de grãos e pelo clima, mas alguns produtos terão pressão adicional”, explica.
Alexandre Maluf, economista da XP, prevê alta ainda maior: 9,2% para alimentos e bebidas em 2025. Ele aponta que a carne bovina pode subir até 20%, seguida pelo frango, com alta de 14%. “A inversão do ciclo da pecuária é um fator natural do setor, e não há política governamental que possa intervir no curto prazo”, afirma. O café também deve sofrer reajustes significativos, com alta superior a 20%, devido à escassez global do grão.
Estoques reguladores como solução a longo prazo
José Carlos Hausknecht, da MB Agro, sugere que a desvalorização do real frente ao dólar amplia o impacto dos preços internacionais no mercado interno. Ele defende a redução do câmbio como medida para conter os aumentos.
Heron do Carmo, professor da USP, concorda e ressalta a importância de políticas fiscais sólidas e a retomada de estoques reguladores para equilibrar os preços em momentos de alta. “Mexer em preços pode perturbar o mercado. A preocupação com eleições não deve ser o foco”, conclui.
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