Polícia
Deise foi levada em uma viatura da Polícia Civil. Foto: Vitor Rosa / Agência RBS

suspeita de causar a morte de quatro pessoas da família com arsênio prestou depoimento nesta terça-feira (4) na delegacia de polícia de Torres, no Litoral Norte. Deise Moura dos Anjos exerceu o direito constitucional de permanecer em silêncio e não respondeu aos questionamentos do delegado Marcos Vinícius Veloso.

Ela chegou na delegacia às 13h52min, em uma viatura da Polícia Civil que a buscou na Penitenciária Estadual Feminina de Torres. Às 14h12min, ela voltou algemada para o porta-malas do veículo que teve como destino à cadeia, em um deslocamento de sete minutos. 

Do lado de fora da delegacia, enquanto gravava uma matéria, a reportagem flagrou com exclusividade a chegada e saída de Deise.

O advogado dela, Cassyus Pontes, acompanhou o depoimento. A reportagem entrou em contato com ele, mas não obteve retorno até a mais recente atualização desta matéria.

O inquérito policial que apura a suspeita de envenenamento do bolo consumido pela família na antevéspera de Natal está na etapa final, segundo a polícia, que considera que não tem mais outras provas ou depoimentos pra fazer.

A polícia pretende finalizar a investigação sobre o bolo envenenado ainda no mês de fevereiro.

Outros dois inquéritos serão abertos e devem usar provas deste caso:

Além disso, a polícia avalia a abertura de inquérito para investigar a venda de veneno pela internet e outro para apurar a morte do pai da suspeita, ocorrida em 2020, supostamente por cirrose.

Relembre o caso

De acordo com a Polícia Civil, sete pessoas da mesma família estavam reunidas em uma casa, durante um café da tarde na antevéspera do Natal de 2024, quando seis começaram a passar mal após consumirem pedaços de um bolo. Um deles não ingeriu o doce. Zeli dos Anjos, que preparou o alimento, em Arroio do Sal e levou para Torres, também foi hospitalizada.

Três mulheres morreram com intervalo de algumas horas. Tatiana Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva tiveram parada cardiorrespiratória, segundo o hospital. Neuza Denize Silva dos Anjos teve como causa da morte divulgada “choque pós-intoxicação alimentar“.

A mulher que preparou o bolo, Zeli dos Anjos, recebeu alta do hospital na sexta-feira (10). Segundo o delegado Marcos Vinícius Veloso, ela foi a única pessoa da casa a comer duas fatias. Uma criança de 10 anos, que também comeu o bolo, foi liberada na semana anterior.

Perícia confirmou a presença de arsênio na farinha usada para fazer o bolo. Segundo a Polícia Civil, Deise teria colocado o veneno no ingrediente pois tinha desavenças com a sogra. Ela foi presa preventivamente no dia 5 de janeiro, inicialmente por 30 dias. O período foi prorrogado por mais um mês.

Depois das mortes, a polícia pediu a exumação do corpo do marido de Zeli, Paulo, morto em fevereiro por intoxicação alimentar. Foi constatada a presença de arsênio no corpo.

E, em depoimento à Polícia Civil, o marido de Deise afirmou ter passado mal após tomar um suco preparado pela esposa, juntamente com o filho do casal. A Polícia também deve apurar esse caso.

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Gaúcha ZH