Polícia
Foto: Reprodução

Considerada uma das perícias essenciais para compreender como Rafael Mateus Winques, 11 anos, foi morto, a reprodução simulada dos fatos, popularmente conhecida como reconstituição, já tem data para ocorrer. Segundo a chefe da Polícia Civil, delegada Nadine Anflor, o procedimento realizado pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) está agendado para a próxima quinta-feira (18)

O menino, que vivia em Planalto, no norte do RS, sumiu em 15 de maio e o desaparecimento mobilizou os moradores da região. Dias depois, a mãe Alexandra Dougokenski, 32 anos, confessou o assassinato, mas alegou que a morte aconteceu por acidente.

Durante a perícia, a intenção, como já indica o nome, é reproduzir as condições mais próximas possíveis de quando aconteceu o assassinato. Por isso, o procedimento deve ser realizado durante a noite, a partir das 18h, para manter inclusive luminosidade semelhante. A mãe participará da reprodução, que não possui tempo determinado. Ainda não há definição se o irmão do menino, um adolescente de 17 anos, participará da perícia. 

Alexandra afirma que a morte aconteceu na madrugada de 15 de maio. A mulher alega que medicou o filho porque ele estava agitado, não queria largar o celular e nem dormir. Ela diz que deu a Rafael dois comprimidos de diazepam, que teriam provocado a morte dele.

Ainda segundo a versão de Alexandra, após perceber que o filho estava morto, ela enrolou o corpo dele em um lençol e arrastou até a garagem da casa vizinha. A moradia estava vazia no momento porque os moradores estavam viajando. Embora a mulher, que segue presa de forma temporária, tenha confessado o crime,  a forma como isso aconteceu levanta dúvidas na polícia.

A perícia inicial no corpo do menino apontou que o garoto foi morto por estrangulamento — segundo a polícia, havia uma corda no pescoço dele. Diferente da esganadura, para a qual são usadas as mãos para pressionar o pescoço, o estrangulamento se dá quando um objeto como um cinto, uma corda ou uma tira, por exemplo, é usado para circular o pescoço e é tracionado pelas mãos ou mesmo quando é aplicado o golpe conhecido como “mata-leão”. A defesa alega que isso pode ter acontecido durante o transporte do corpo.

A reprodução permitirá, por exemplo, entender se ela teria condições de esconder sozinha o cadáver do menino.  Um boneco, com mesmo peso e tamanho de Rafael, será usado na reprodução. Uma das possibilidades investigadas pela polícia é a participação de outras pessoas no crime. Durante a reprodução, o acesso à casa onde vivia a família e a residência onde foi achado o corpo serão isolados, com auxílio da Brigada Militar.

A reprodução simulada é realizada pelo Departamento de Criminalística do IGP, de Porto Alegre. Após o chamado “trabalho de campo”, a perícia passa para a fase de análise dos dados que foram coletados. A partir do que foi verificado no local, é elaborado o laudo que servirá para compreender como aconteceu o crime.  Outras perícias como necropsia, análise toxicológica e análise do local do crime, permitirão responder outras questões complementares, como saber se o menino realmente foi morto na madrugada de 15 de maio e se ele ingeriu medicamento. Uma das suspeitas da polícia é que o menino possa ter sido dopado e depois estrangulado.

GZH