O Pix, nova forma de pagamento digital lançada pelo Banco Central, atraiu a atenção de correntistas de banco e, em paralelo, de cibercriminosos, especialistas em aplicar golpes. Links de cadastro falso e páginas imitando sites de banco são algumas das estratégias para enganar as pessoas na internet.
“Qualquer novidade que surge pode ser usada por criminosos para chamar a atenção das vítimas. Foi assim com o auxílio emergencial e com a pandemia, por exemplo, e agora é a vez do Pix”, lembra Allan Costa, diretor de Inovação da ISH Tecnologia e especialista em segurança de dados.
Segundo o especialista, esse tipo de crime virtual é chamado de phishing, tendo como princípio o envio de um link falso por WhatsApp, SMS ou pelo e-mail. “O objetivo pode ser instalar um programa malicioso que monitora o uso do computador ou do celular, induzir que dados bancários sejam inseridos em uma página criada para o golpe ou conseguir dados pessoas por meio de um cadastro falso”, explica.
A semelhança das páginas fakes com a página oficial de um banco pode confundir e por isso é preciso ficar atento aos detalhes para se proteger. Segundo o Banco Central (BC), a principal recomendação de segurança é que o cadastro das chaves seja feito apenas pelo aplicativo ou canal eletrônico, como internet banking, no qual seja necessário digitar uma senha para entrar.
Outra estratégia comum para aplicar golpes na internet é a “engenharia social”, que usa as informações que a pessoa disponibiliza na web, como nas redes sociais, para criar um golpe mais direcionado. “Um golpe que está compatível com as preferências da vítima tem uma maior probabilidade de ser eficiente”, detalha especialista em segurança digital.
As pessoas que foram vítimas e tiveram dados roubados devem tomar uma atitude rapidamente para evitar prejuízos maiores. “A primeira ação é entrar em contato com o banco para informar o ocorrido e mudar todas as senhas. Em seguida, é aconselhável fazer um boletim de ocorrência na delegacia mais próxima”, explica o advogado Marcelo Crespo, especialista em Direito Digital, da PG Advogados.
Fazer o registro do crime, porém, não significa que os responsáveis serão punidos e a quantia desviada, recuperada. “O banco não pode ser responsabilizado pelos clientes que foram enganados em um golpe. Só seria possível um ressarcimento se um hacker invadisse o sistema da instituição financeira e fizesse um vazamento do banco de dados ou o desvio de valores”, explica o advogado.
A orientação para população é que o cadastro das chaves Pix aconteça apenas em ambiente logado (com senha) da instituição em que o usuário tiver conta. O BC orienta que o cadastro do número de telefone celular e e-mail depende de uma validação em duas etapas, ou seja, um código de segurança enviado para a pessoa. Já o cadastro de CPF/CNPJ como chave só pode ser feito com o número do documento já vinculado à conta. Além disso, “a Chave Pix é usada apenas como identificador de uma conta”, sem utilidade para fazer um pagamento ou transferência.
Rádio Guaíba