Mais um caso de violência fora do comum foi registrado em Canoas. No início da tarde da última sexta-feira, uma haitiana deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Boqueirão com uma criança no colo. O menino de um ano e meio já estava sem vida. Os médicos constataram uma série de hematomas pelo corpo da criança e chamaram a Polícia.
Conforme o delegado Pablo Rocha, responsável pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Canoas, o que veio à tona foi uma história de maus-tratos envolvendo a mulher e o pequeno enteado. “Já fazia muito tempo que ela batia naquela criança”, contou. “Havia sérios hematomas na lateral do rosto, no pescoço e na cabeça”, apontou.
Aos policiais, a haitiana disse não ter matado o menino. No entanto, a investigação foi aprofundada junto a vizinhos e conhecidos, no bairro Guajuviras. E concluiu, ao ouvir a irmã do menino morto, que a madrasta havia de fato cometido o crime. “A irmã do menino morto contou a violência com que ela tratava a criança, que não era filho dela. Contou que ela batia sem pena”, reforçou.
Foi somente após o depoimento da irmãzinha de 6 anos que a haitiana confessou o crime. “Ela disse que desta vez exagerou e ele morreu. Simples assim. Não mostrou remorso ou pena”, continua. As fotografias mostrando as impressionantes lesões da criança serão anexadas ao processo. “Ela era ruim. Ficamos surpreendidos com a quantidade de lesões sofridas pelo menino. Nenhuma criança merece passar por isso”, lamentou Rocha, que a partir de agora vai acompanhar e prestar assistência também a esta menina. “Imagine que ela presenciou o irmãozinho sendo morto. É uma situação muito delicada.”
A haitiana de 28 anos foi encaminhada para a Penitenciária Feminina Madre Pelletier e vai responder pelos crimes de tortura e homicídio qualificado. “Está presa e vai continuar por muito tempo”, frisa o delegado.
Agressão e tortura
Testemunhas relataram que a madrasta do menino agredia e torturava a criança constantemente chegando, inclusive, a queimá-la com um ferro de passar roupa. A investigação policial vai aprofundar os motivos que levavam a madrasta a praticar as agressões.
JNH