Justiça
Foto: Arquivo Pessoal

As perícias sobre a morte de Milena Eduarda Deckert Schreiber, 15 anos, foram finalizadas. A investigação aponta um adolescente de 17 anos como suspeito do estupro, que resultou em grave hemorragia na garota, em 20 de setembro do ano passado, em Ijuí, no noroeste do Rio Grande do Sul. Segundo o advogado que representa a família de Milena, um exame de DNA encaminhado nos últimos dias confirmou compatibilidade entre o material genético do suspeito e vestígios encontrados no corpo da vítima.

— Foi coletado material genético de mais pessoas, para confrontar com o que foi achado no corpo dela. O material genético demonstrou compatibilidade apenas com o do autor do fato. Isso no ato em si, ele limita a responsabilidade ao rapaz. Para nós, isso vem a trazer mais evidências de que houve o ato infracional, naquilo que entendemos por estupro, que derivou para a hemorragia e a levou a óbito — afirmou Humberto Meister, que representa os pais de Milena no caso.

— A família entende que talvez tenha havido participação de mais pessoas na premeditação do ato, na preparação das substâncias que abstraíram as vontades dela  — complementou o advogado.

O exame toxicológico apontou que havia medicamentos na urina da adolescente, mas a apuração não conseguiu esclarecer, no entanto, de que forma a adolescente teria sido dopada.

GZH procurou o Ministério Público e a Polícia Civil, que informaram novamente que não se manifestarão sobre o caso, em razão do segredo de Justiça. O Instituto-Geral de Perícias (IGP) também afirmou que não se revelará os resultados dos laudos pelo mesmo motivo, mas confirmou que todas as pericias do caso já foram finalizadas.

GZH também entrou em contato com a defesa do adolescente. O advogado Guilherme Kuhn manteve a mesma versão apresentada anteriormente. Em manifestação encaminhada na quinta-feira (28), afirmou que seu cliente está e sempre esteve à disposição da Justiça, e que só apresentará a versão para o caso nos autos do processo. Kuhn disse ainda que pretende comprovar a inocência do cliente.  

O caso 

Milena saiu da casa onde morava com os pais, na área rural de Ijuí, em 20 de setembro para ir a uma confraternização. A garota a irmã, dois anos mais jovem, faziam parte de um grupo de danças tradicionalistas. Para marcar o Dia do Gaúcho, foi realizado um churrasco em uma propriedade para os adolescentes e suas famílias. A mãe de Milena deixou as filhas no local por volta de 10h30min.  

Às 14h30min, a adolescente saiu carregada de dentro da casa, inconsciente, com uma hemorragia grave. Ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu. Segundo o advogado da família, as pericias no corpo de Milena comprovaram que ela sofreu uma laceração na parede da vagina e encontraram substâncias que indicam que ela teria sido dopada. Para os familiares, isso comprova que a garota foi sedada e estuprada. Um adolescente foi apontado como suspeito da violência — ele segue em liberdade.  

Embora o caso tenha acontecido em setembro, os pais de Milena aguardavam a finalização da investigação da Polícia Civil, para então se manifestarem. No início deste mês, o caso foi remetido ao Judiciário e ao Ministério Público, que poderá solicitar medidas como a apreensão do adolescente. Após ter acesso aos laudos, os familiares de Milena deram início a uma campanha nas redes sociais, pedindo Justiça.

GZH