
Desde junho, última vez em que o Rio Grande do Sul ficou sem nenhuma região classificada em bandeira vermelha, de risco alto para coronavírus, passaram-se mais de três meses e 20 mapas divulgados pelo governo do Estado. Nesta segunda-feira (28), o Executivo classificou todas as 21 regiões covid na cor laranja, de risco médio – como já antecipava o mapa preliminar divulgada na sexta (25).
Conforme o Executivo, o que fez com que o RS voltasse a ter um mapa sem a cor vermelha foram os indicadores levados em conta pelo modelo de distanciamento controlado. Tanto dados da propagação da covid-19 como de capacidade de atendimento hospitalar “vêm apresentando melhora progressiva nas últimas semanas”, segundo o Estado. Nesta rodada, todos os 11 indicadores – que apontam o número de hospitalizações e de óbitos, por exemplo -, na média estadual, melhoraram.
O Executivo destaca alguns pontos, como os apresentados abaixo:
O número de novos registros semanais de hospitalizações confirmadas com covid reduziu 25% entre as duas últimas semanas (de 1.061 para 793);
O número de internados em UTI por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) reduziu 9% (de 884 para 806);
O número de internados em leitos clínicos com covid reduziu 12% (de 778 para 688) e em leitos de UTI com covid reduziu 5% (de 693 para 658);
O número de leitos de UTI adulto livres para atender covid aumentou 11% (de 614 para 684);
O número de casos ativos reduziu 9% (de 10.793 para 9.805);
O número de óbitos por Covid reduziu 19% (de 338 para 273).
O cálculo do distanciamento controlado é feito pelo Comitê de Dados do Gabinete de Crise, formado por especialistas do governo e de mais 40 instituições, entre universidades, entidades de classe, organizações da sociedade ou cidadãos com conhecimento e experiência em estatística, avaliação e análise de dados.
De acordo com o governo, o modelo “foi dividido por regiões e por atividades e atualizado semanalmente, para que as restrições pudessem ser feitas no local, na proporção e momento adequados conforme o resultado do cálculo”.
A coordenadora do comitê de Dados, Leany Lemos, lembra que houve bandeira amarela nas semanas iniciais do modelo, antes do pico que já era projetado para o mês de julho, o que ocorreu, mas que nestas 21 semanas, o RS não registrou nenhuma bandeira preta:
— Quer dizer que o modelo funciona, porque, quando houve bandeira vermelha, foram aplicadas as devidas restrições às atividades econômicas, reduzindo a circulação de pessoas, e logo, a circulação do vírus. Com isso, conseguimos controlar a situação e retornar para uma bandeira laranja, momento em que se chegou nesta 21ª rodada em todas as regiões — afirma.
Ainda conforme ela, os principais indicadores que têm caído são a ocupação de leitos de UTI e leitos clínicos, além do número de óbitos por covid.
— Isso é muito objetivo. É a realidade que os números nos mostram. E é muito positivo, porque mostra que a população aderiu aos protocolos e às recomendações sanitários, o que vai preservar ainda mais vidas do que já preservamos — avalia.
Com 4.647 óbitos no acumulado, o Estado tem taxa de 40,67 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes, o que representa a quarta média mais baixa no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. Os Estados de Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais apresentam índices mais baixos.
— A pandemia não acabou. Vamos continuar monitorando e acompanhando. Assim como adotamos medidas mais restritivas quando o quadro ficou mais severo, agora indicamos medidas mais brandas com as tendências atuais — reforçou o governador Eduardo Leite.
GZH