Como se já não fosse difícil passar 78 dias internada em estado grave, Kamylla Wanessa Cordeiro de Melo teve mais um baque ao sair do hospital em Pernambuco. Ela ficou sabendo que sua mãe estava tendo um relacionamento com o seu marido.
Kamylla relatou que a mãe, a qual estava casada há 32 anos com seu pai, mudou-se para casa da filha para ajudar a criar o filho do casal. No entanto, o que era para ser mais um caso de participação da avô na criação do neto se tornou um vínculo amoroso entre sogra e genro, que se transformou em casamento há dois anos.
Wanessa detalha que antes do episódio, a mãe sempre fez questão de competir com ela em vários aspectos.
“Fui criada em uma família tradicional de Recife. Tenho dois irmãos mais novos, meus pais viveram 32 anos juntos. Na adolescência, por volta dos meus 13, 14 anos, minha mãe entrou numa de competir comigo. Ela tinha só 20 anos a mais do que eu, e dizia que as minhas roupas vestiam melhor nela, que a comida dela era melhor… Nada que eu fizesse era bom o suficiente. Manipuladora, falava para o meu pai que fazia essas coisas para o meu bem, para melhorar minha autoestima. E eu só me afundava”, disse para a revista Marie Claire.
“Os anos foram passando e, quando eu estava com 25 anos, no fim de 2012, me apaixonei por um rapaz dez anos mais velho que eu. Nos conhecemos dentro da minha casa, o primo dele era muito amigo dos meus irmãos. Não demorou para começarmos a namorar. Casamos em agosto de 2013 e, já no ano seguinte, nasceu nosso filho, hoje com 6 anos, de uma gravidez complicada”, explica.
Entretanto, Kamylla decidiu fazer uma cirurgia que mudaria o rumo da sua vida e a relação entre ela e a mãe.
“No fim de 2017, precisei fazer uma cirurgia bariátrica. A ideia não era emagrecer, e sim cuidar das minhas taxas hormonais. Depois de operar, tive um AVC e precisei me hospitalizar de novo. Passei o Réveillon internada e os quase quatro meses seguintes, até 22 de março de 2018. Durante esse período, minha genitora [juro que não consigo mais chamá-la de mãe] foi para minha casa ajudar meu marido a cuidar do meu filho que, na época, tinha 4 anos. Meu pai havia ficado no interior do Pernambuco com o meu irmão caçula”, conta.
“Nos últimos 17 dias de internação, fiquei em estado grave na UTI e meu pai foi a Recife me visitar. Lá, descobriu que meu então marido nunca mais tinha passado no hospital para me ver. Só depois fiquei sabendo que, nesses quatro meses que passei internada, grande parte do tempo entre a vida e a morte, meu ex só havia me visitado duas vezes e minha genitora, nenhuma”, relembra.
A mulher deu detalhes de como descobriu que a própria mãe estava tendo um caso com o marido na época. “Como estava um pouco melhor, meu pai assinou um termo de responsabilidade para me tirar do hospital, já que ainda não havia tido alta, e me levou para a sua casa. Doze horas depois, tive a pior dor da minha vida. E não foi física. Sem grandes rodeios, meu pai, que já havia pegado meu filho, contou que sua mulher e meu marido estavam tendo um caso. Parecia que estava levando uma facada no peito, uma mistura decepção e incredulidade. A sensação era de que ele estava me contando que os dois haviam morrido juntos, em um acidente de avião”, disse.
“Liguei imediatamente para o meu marido. Uma vez, duas, várias. Ele não atendia. Recebi então um WhatsApp dele com pedido de separação. Sem uma explicação, uma justificativa, nada. Telefonei em seguida para a minha genitora. Muito nervosa, falei que tinha saído do hospital, que estava viva e perguntei se era verdade que eles estavam juntos. A resposta? Que sim, juntos e muito felizes. Fiquei sem acreditar no que ouvi”, lamenta.
“Três dias depois, voltei com ele para casa. Quando cheguei lá, meu marido já tinha levado suas roupas e documentos. Não sabia onde ele estava, só sabia que estava com ela. Meu pai se divorciou em 15 dias, tempo necessário para ela juntar os trapos com o meu ex-marido. A notícia espalhou rapidamente, foi um baque para todos que nos conheciam”.
“No Dia das Mães daquele ano, dois meses depois de eu ter deixado o hospital, recebi uma ligação do meu avô materno dizendo que havia encontrado os dois em Porto de Galinhas. Contou que o casal estava feliz da vida, fazendo compras em lojas caras, como se nada tivesse acontecido. Ele também nunca mais falou com a filha, assim como o restante de ambas as famílias. Desliguei o telefone e escrevi um relato no Facebook falando de toda a humilhação a que estava exposta”, completa.
Kamylla ainda fala como é a relação atualmente, já que tem um filho e precisa dividir a guarda com o ex-marido. “Meu filho fica com o pai duas a três vezes por semana, por ordem judicial. Não é fácil, mas sou obrigada a permitir a convivência do meu pequeno com essa relação tóxica e nociva. É cruel, mas não posso mandar na casa deles. Há pouco tempo, soube que minha genitora faz questão de comemorar o aniversário de relacionamento deles no dia 02 de março. Sem nem disfarçar que começou a sair com o meu então marido enquanto eu estava internada”, criticou.
Embora o ocorrido tenha marcado ela para sempre, Wanessa conta que aos poucos conseguiu se recuperar e já está em outro relacionamento.
“Quase dois anos depois de ter me separado, encontrei um cara bacana e comecei a namorar. Estamos juntos há 10 meses, em uma relação respeitosa e ética. Tenho uma família linda e unida, meu pai é amoroso e meu filho, um doce de criança. Costumo dizer que no fundo do poço existe uma mola que nos impulsiona a voltar a viver e vencer desafios. Hoje, virei influenciadora digital, modelo fotográfica e ajudo outras pessoas contando a minha história. Só quero viver em paz, bem longe deles. E focar no restante da minha família, que nunca me deixou sozinha”, finalizou.
Isto é