Comportamento
Foto: Arquivo Pessoal

Pautados pelo responsável pelo comando da brigada militar de Campestre da Serra, soldado Rodrigo Waltrick Maciel, neste domingo (15) o São Marcos Online teve o privilégio de participar do reencontro de duas irmãs que não se viam há quase 80 anos. O dia foi marcado por muita emoção, história, descobertas e uma fortíssimo abraço, encerrando alguns ciclos e iniciando outros.

A história é centrada principalmente nas irmãs Severina e Vitalina, as duas estão entre as quatro filhas mais novas de Firmino Vicente da Rosa, falecido em 1976 e de Lucia Corso da Rosa, falecida em 1944. O casal vivia na região de Campestre da Serra e teve nove filhos ao todo. A mãe veio a falecer com aproximadamente 35 anos e o pai sem condições de criar os filhos sozinho acabou deixando as mais novas aos cuidados dos avós.

Dos nove irmãos, oito eram mulheres e conforme relatos das irmãs, Severina e Vitalina, os mais velhos foram seguindo seus rumos e casando jovens, como era costume na época. As mais novas foram criadas inicialmente pelos avós e depois um pouco com cada família.

Severina tinha cerca de 12 anos de idade e permaneceu na localidade onde vive até hoje, apesar de manter contato com alguns dos irmãos, de Vitalina nunca mais havia tinha tido notícias. De acordo com Severina, quando a mãe faleceu ela foi encaminhada para a casa dos avós, assim como todos os irmãos menores e em seguida, na adolescência, começou a trabalhar na casa de uma família em Ana Rech por um período retornando a Campestre da Serra para morar com uma tia. Mais tarde casou-se e constitui família na cidade.

Vitalina tinha cerca de 8 anos e após passar um período na casa dos avós morou com diversas famílias, chegando a residir por 9 anos com a família Bertussi, na Mulada. Na adolescência foi para a região Sul do estado, onde constituiu família em na juventude ficou residência em Capão de  Leão e não teve mais notícias dos irmãos.

Apesar de ambas terem suas famílias o desejo das irmãs de se reencontrar sempre existiu, o que acabou motivando a busca que durou quase 80 anos.

Reencontro também marcou a descoberta de novos primos e sobrinhos

Eliana Wingert Ramires é filha de Vitalina, a irmã que mora na região metropolitana, e desde criança ouvia a história de vida da mãe e o desejo que ela tinha de obter noticias dos irmãos. A filha decidiu então buscar pelos tios, fazendo contato com cartórios, onde obteve informações de que alguns já haviam falecido.

Há poucos dias Eliana pesquisou pelo nome da tia Severina no site do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul e para sua surpresa a família da campestrense havia entrado com pedido de medicamentos na mesma semana.

“As vezes a gente acha que deveria ter ido atrás antes, mas não se tinha também as redes sociais como tem hoje e nem a mentalidade que temos agora. Enfim, as coisas também acontecem no momento que tem que acontecer”, pondera Eliana.

Geni e Severina em encontro em Campestre | Foto Arquivo Pessoal

Dos nove irmãos, estão vivas Severina, Vitalina e Geni; 82 anos, que mora na região metropolitana. Geni teve contato recentemente com Severina, na Serra. A caçula das irmãs quando a mãe faleceu, Dorvalina que ainda era amamentada, faleceu em Tramandaí.

Apesar das perdas e dos traumas o momento é de alegria para as irmãs que além do reencontro ganharam mais uma família. O próximo final de semana deverá ser de comemoração para o trio, Vitalina conhecerá Geni e a família vai comemorar seu aniversário de 83 anos e a união da nova familia. As três prometem agora não se separar mais.

São Marcos Online