Humorista arrecada mais de R$ 2,7 milhões em vaquinha para ajudar atingidos pelas enchentes

Uma vaquinha criada pelo humorista gaúcho Eduardo Christ, conhecido como Badin, já arrecadou mais de R$ 2,7 milhões para os atingidos pelas enchentes no Rio Grande do Sul. A campanha foi iniciada no dia 7 de setembro com o objetivo de arrecadar R$ 200 mil, meta que foi batida em menos de 12 horas de arrecadação. Agora, a intenção é chegar aos R$ 3 milhões. 

O humorista conta que decidiu iniciar a vaquinha para centralizar as doações, pois estava recebendo pedidos para ajudar dezenas de campanhas do tipo. Contudo, ele não esperava que a adesão seria tão grande: foram mais de 51 mil apoiadores.  

— Eu quis facilitar para quem queria ajudar. Criei a vaquinha em uma quinta, pensando: “Se até domingo eu conseguir os R$ 200 mil, tá ótimo”. Mas foi bem maior do que isso e graças a Deus estamos conseguindo ajudar muita gente — celebra Badin. — Acho que ajudou muito a credibilidade que tenho junto ao público, por não me envolver em polêmicas e estar sempre procurando fazer a coisa certa — avalia o humorista, que é conhecido nas redes sociais por vídeos que retratam hábitos dos gaúchos “colonos”. 

Destino das doações

Cerca de R$ 900 mil dos R$ 2.782.782,38 arrecadados até a tarde deste sábado (16) já foram repassados. As primeiras doações foram feitas já no dia 7 de setembro, antes mesmo da liberação dos valores arrecadados na vaquinha — o processo de saque leva em torno de quatro dias para ser concluído. Badin usou economias que tinha e também fez empréstimos com amigos. Depois, repôs as quantias com o valor sacado da campanha. 

A maior parte do dinheiro doado chegou aos beneficiados por meio de transferências Pix. As doações foram concentradas a prefeituras de cidades atingidas, escolas, entidades e projetos sociais que estão trabalhando na reconstrução, mas também houve repasse direto a famílias que Badin conheceu quando esteve em cidades como Roca Sales, Muçum e Encantado. 

— Andei por tudo que é lugar. A realidade é 50 mil vezes pior do que a gente vê de longe. Vi situações muito difíceis, pessoas aglomeradas em um lugar precário, os bairros sem luz, as cidades sujas, as crianças chorando com fome e com frio… Eu sou pai, então isso me machucou muito, porque pensei que poderia ser a minha filha — diz Badin. 

A seleção do destino das doações vem sendo feita pelo próprio humorista. Ele explica que tem mantido contato direto com prefeitos e representantes de órgãos como a Defesa Civil, a fim de entender as principais necessidades de cada local e receber indicações de quem ajudar. 

— Eu comecei pelo que julgava mais urgente. As primeiras coisas doadas foram alimentos para as pessoas, ração para os animais, remédios, materiais de limpeza… Agora já estou tendo que analisar mais o que será feito com o dinheiro, porque cada cidade tem uma realidade diferente. Algumas já estão reconstruindo casas, outras ainda estão limpando. Fico em contato direto para saber. 

Prestação de contas

O humorista tem publicado todos os comprovantes das doações em seu perfil no Instagram em tempo real, tão logo são feitas as transferências. No caso dos repasses diretos, em espécie, Badin grava um vídeo com o beneficiado.

Ele acredita que a transparência foi um dos principais fatores para o sucesso da campanha:

— Ajuda na credibilidade, porque as pessoas querem saber para onde está indo o dinheiro. Acho que isso também incentivou o pessoal a doar mais. 

Badin pretende deixar a vaquinha aberta, na intenção de bater a meta dos R$ 3 milhões. Contudo, o humorista pondera que o ritmo de doações diminuiu bastante nos últimos dias. 

— É uma grande preocupação minha que as pessoas esqueçam desse episódio, nas doações e no trabalho nos locais atingidos. Vai demorar muito para que todos consigam voltar à vida normal. Se cair no esquecimento, vai demorar mais ainda — diz. 

Celebrando o sucesso da campanha, o humorista elogia a solidariedade dos gaúchos. 

— Acho que a maior lição que fica da vaquinha é a força que nós temos quando nos unimos para fazer o bem. 

Como ajudar

• Doações podem ser feitas através da plataforma Vakinha, neste link
• Também é possível contribuir com a campanha através da chave Pix 4006864@vakinha.com.br (e-mail)

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Gaúcha ZH