Comportamento
Foto: Fred Casagrande/Prefeitura de Praia Grande

Voluntários de todo o país se mobilizam para ajudar as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Entre aqueles que desejam fazer o bem, está o autônomo Júlio Matheus, de 23 anos, que conseguiu carona em um comboio de 14 caminhões e percorreu cerca de 1,2 mil quilômetros de Praia Grande (SP) a Porto Alegre (RS) simplesmente por solidariedade.

A Prefeitura de Praia Grande e empresários aderiram à causa enviando 520 toneladas de materiais arrecadados e 30 mil litros de água ao Rio Grande do Sul.

Aproveitando a flexibilidade do trabalho como eletricista, o fato de ser solteiro e sem filhos, Júlio conseguiu carona no caminhão de uma transportadora de cargas, que seguiu para Canoas (RS), assim como outros veículos.

O jovem relatou que ele e um motorista voluntário partiram do bairro Quietude, por volta de 5h de segunda-feira (13) e chegaram ao destino por volta de 17h de terça-feira (14). Contando as paradas para alimentação e descanso, a dupla enfrentou praticamente um dia de viagem.

“Eu estava acompanhando as notícias pela internet, pelo Instagram, vi muita gente passando necessidade e vi grupos de voluntários ajudando. Aí eu fiquei com aquela comoção de querer ajudar e não sabia como. Apesar de já ter feito doação, de Pix, eu queria ser mais ativo”, disse o autônomo, que é natural de Pernambuco e mora em Cubatão (SP) com a família.

Apesar da resistência da mãe, os familiares de Júlio acabaram apoiando a missão. Quando ele e o companheiro de viagem chegaram a Canoas, ele partiu para a capital por conta própria. Finalmente, por volta de 21h de terça-feira, conheceu a base voluntária onde está instalado em Porto Alegre.

“Eles [caminhões] foram para o destino deles, que era o depósito da Prefeitura de Canoas. De lá, eu peguei um carro de aplicativo para vir para o alojamento do grupo de voluntários de que eu vim participar. Eu peguei mais de duas horas de engarrafamento para chegar na base voluntária”, explicou.

‘Botar a mão na massa’

Segundo o autônomo, ele pretende ficar no Rio Grande do Sul por ao menos um mês. Quando se instalou no alojamento fornecido pelo empresário, na noite de terça-feira, ele tomou um banho e conheceu a estrutura do local. Na manhã desta quarta-feira, a primeira missão foi ir em um abrigo de animais.

“Na verdade, eu estava angustiado. Eu estava em casa, vendo aquelas reportagens. Muito triste. E eu queria fazer algo. Então, chegar aqui e poder botar a mão na massa efetivamente é maravilhoso”.

Por ora, o pernambucano não sabe como voltará para casa. Assim como fez na ida, ele pretende encontrar uma carona para reencontrar a família.

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G1 RS