O Corpo de Bombeiros de Caraá resgatou uma mulher após ficar 36 horas em cima de uma árvore, durante a passagem do ciclone extratropical que causou estragos no estado. Roseli Rodrigues Pereira, de 58 anos, foi encontrada a 20 quilômetros de distância da sua casa. O município de 8 mil habitantes a 90 km de Porto Alegre, foi o mais atingido do estado. Na cidade, quatro morreram e uma pessoa ainda está desaparecida.
“Desde o momento que desabou a minha casa, eu estava segurando a mão do meu marido. Então, a água me levou para um lado. A água levou ele para o outro, mas ele não foi muito longe, sabe? E eu fui descendo, fui afundando, mas eu me segurei numa tábua, ali eu me firmei. Eu não sei nadar, mas sabia que eu ia conseguir boiar. Aí, eu fui encontrada assim, agarrada na árvore,” explica Roseli.
Roseli comenta que a única coisa que passava pela sua cabeça durante as horas que ficava pendura no tronco da árvore, era seus filhos. “Eu eu tinha uma certeza dentro do meu coração, que eu ia ser salvo por Deus. Eu só que eu pensava que eu queria ver meus filhos de novo, uma oportunidade de ver meus filhos de novo. Mas eu sabia que mais cedo ou mais tarde eu seria salva,” diz Roseli.
Internada no hospital de Caraá, para recuperação, a sobrevivente conta que pretende morar em outro município, após perder sua casa. “Agora eu vou para o Novo Hamburgo. Jamais quero passar por uma experiência parecida com essa,” finaliza.
O número de pessoas mortas após a passagem do ciclone extratropical no Rio Grande do Sul chegou a 14. As buscas por desaparecidos entraram, nesta segunda-feira (19), no quarto dia. Segundo a Defesa Civil do RS, dois moradores de Caraá seguem sendo procurados.
No total, há 41 municípios atingidos, com registro de 3.713 pessoas desabrigadas e 697 desalojadas.
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G1 RS