Comportamento
Foto: Reprodução

As redes sociais facilitaram tanto a traição que surgiram plataformas exclusivas para pessoas com a intenção de trair. É o caso do site Ashley Madison, que possui 60 milhões de cadastros e 8,9 milhões brasileiros associados. Segundo pesquisa da plataforma, 71% dos adúlteros afirmaram que o tédio em seu relacionamento os levou a trair. Ainda, mesmo que a infidelidade fosse descoberta, 67% apontam que continuariam a ter um caso. Para a maioria dos homens que responderam o questionamento, a emoção de estar com outras pessoas é o principal motivo da traição.

Apesar dos dados divulgados, o psicólogo e consultor em abordagem sistêmica Iuri Crema ressalta a importância de não generalizar pessoas ou relacionamentos. Na maioria dos casos, de acordo com o profissional, o que leva à infidelidade é um desequilíbrio entre o casal. “Talvez um dê mais do que recebe nas tarefas domésticas. A existência de muito ciúme também pode gerar um excesso de controle e sensação de pouca liberdade”, conta.

A partir disso, a dinâmica do par começa a gerar estresse e, consequentemente, leva à insatisfação e incerteza sobre a relação. “Quando alguém chega a esse ponto, mas não sabe como terminar – não tem confiança no que deseja ou se está preso a fatores de conforto, estabilidade e comodismo construídos no relacionamento –, pode surgir a abertura para experimentar outras aventuras. Se a pessoa vai buscar isso intencionalmente ou se ocorre em algum contexto oportuno, varia em cada caso”, aponta.

Caso o par decida se separar depois de uma traição, o término pode ser doloroso, mas é possível superá-lo. A dica de Iuri é se cercar de pessoas amorosas, como amigos e familiares, e respeitar o momento de luto pelo fim da relação. “Pode ser importante também, se o sofrimento ganhar uma proporção que pareça fugir do controle, procurar ajuda profissional qualificada”, reforça.

Outro conselho relevante é, depois do período de luto, não se apegar ao passado ou ao papel de vítima injustiçada. “Adotar uma postura de vingança e autodestruição pode ser uma tentativa de combater a dor com mais dor, o equivalente a tentar apagar um incêndio com mais gasolina.”

Metrópoles