Curiosidades
Foto: Divulgação

As inúmeras ondas de calor que tem assolado o Brasil este ano têm incomodado a população. As vendas de ventiladores e aparelhos de ar condicionado explodiram e as indústrias estão com dificuldades para atender a demanda.

Mas nem todo mundo tem condições de comprar equipamentos para se refrescar nos momentos de altas temperaturas. Em São Carlos (SP), um projeto de estudantes da Universidade de São Carlos (USP) tem beneficiado a população de baixa renda com isolantes térmicos feitos com caixinhas de leite.

“A embalagem cartonada tem uma tecnologia muito avançada. Ela tem quatro camadas: alumínio, duas camadas de papel e uma de plástico e isso a torna impermeável”, explica o líder do projeto, Eduardo Costa Carvalho.

O projeto – que recebe o nome de Domus, palavra proveniente do latim e que na tradução significa casa – é desenvolvido pela Enactus da USP São Carlos e foi inspirado em uma técnica utilizada no Rio Grande do Sul, na qual as caixas de leite são acopladas ao teto das casas para impedir a passagem do vento e da friagem e assim mantém a temperatura interna do ambiente mais confortável.

Os estudantes adaptaram a ideia para situações de aquecimento excessivo, utilizando as caixas para isolar a temperatura e diminuir a sensação térmica dentro das casas.

Alunos da USP São Carlos desenvolvem teto que isola a temperatura a partir de caixas de leite recicladas — Foto: Nilson Porcel/EPTV

Alunos da USP São Carlos desenvolvem teto que isola a temperatura a partir de caixas de leite recicladas — Foto: Nilson Porcel/EPTV

A ação foi iniciada nas casas do Capão das Antas, uma ocupação na área rural de São Carlos, em 2019, e já beneficiou 50 casas, atingindo cerca de 150 pessoas.

“Até hoje está intacto, em geral a gente não precisa retornar às moradias”, afirmou Carvalho.

“Nesse calor a gente não conseguia ficar aqui dentro. Nasceu o sol, você não conseguia ficar dentro de casa, era muito quente mesmo. Melhorou bastante”, disse o socorrista Vanderlei Rocha de Souza.

O isolamento é feito com mantas térmicas de um metro quadrado feitas com caixinhas de leite costuradas. A proteção que elas fornecem também serve para o frio.

Geralmente, as mantas são colocadas no teto, mas em alguns casos também são fixadas nas paredes.

Os impactos das condições climáticas adversas que tem atingindo o Brasil afetam toda a população, mas em graus diferentes.

O calor que tem feito reflete em classes sociais de formas distintas, com prejuízo para a camada da população de baixa renda.

Quem depende de transporte público, não pode pagar uma conta de luz alta para ter um ventilador ligado o tempo todo ou não tem dinheiro para comprar um aparelho de ar condicionado (e muito menos o gasto de energia que ela tem) ou ainda precisa trabalhar ao ar livre, debaixo do sol, passa por este período com muito mais dificuldades.

E iniciativas simples, como a do projeto Domus provam que é possível melhorar a qualidade de vida de quem mora em locais sem estrutura nenhuma.

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G1