Uma creche particular em São José, na Grande Florianópolis, é acusada de maus-tratos por pais e responsáveis das crianças. De acordo com uma mãe, que pediu para não ser identificada, seu filho de apenas quatro anos era trancado em um canil atrás da escola.
A criança era trancada no canil com outros colegas quando “fazia algo errado”. A criança possui doenças como autismo, microcefalia, atraso no desenvolvimento verbal e paralisia cerebral, dificultando a comunicação dos abusos para os pais.
“Meu filho foi filmado dormindo no chão. Além do canil, eles deixavam ele no chão próximo ao banheiro. Ele já chegou em casa chorando algumas vezes, mas nunca entendi muito bem porque ele tem dificuldade de se comunicar e não conseguiria me pedir ajuda”, conta a mãe.
A mãe conta que faz apenas quatro meses que o menino está matriculado no local, mas que os episódios de choros são constantes.
“Ele chorava para ir e chorava para voltar. Mas eu preciso trabalhar para sustentá-lo, não tinha onde deixar”, diz.
Relembre o caso
De acordo com o advogado responsável pelo processo dos pais contra a dona da creche, Tiago Souza, a primeira denúncia das agressões foi gravada por uma ex-funcionária. A profissional trabalhou por apenas três dias no local, e desistiu por conta dos atos.
O boletim de ocorrência foi registrado no dia 12 de janeiro. No documento a funcionária diz que no café da manhã, bananas e uma maçã picadas eram divididas entre 17 crianças. Já no almoço, os pequenos precisavam dividir uma única marmita entre quatro turmas.
Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação/ND
A proprietária da creche, acusada de fazer as agressões, chegou a ser encaminhada para a Delegacia de Polícia Civil e prestou depoimento, e foi liberada em seguida. O delegado considerou não ter provas suficientes para deixar a mulher presa.
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