Levantamento feito pela Folha a partir da lista publicada pela Anvisa nesta quinta-feira, 1º, com a nova classificação de produtos, aponta que 659 agrotóxicos deixaram de ser considerados “extremamente tóxicos” à saúde. Ao todo, a lista compreende 1.942 agrotóxicos e, somente, 18 deles não sofreram mudanças na classificação.
A mudança ocorre após a aprovação de um novo marco regulatório para o setor e gerou grande polemica por diminuir drasticamente a quantidade de produtos classificados em categorias mais altas de toxicidade.
Antes, produtos que causavam úlceras, corrosão na pele e opacidade da córnea eram considerados extremamente tóxicos. Agora, só entrarão nessa categoria, produtos que causem morte quando ingeridos, inalados ou em contato coma pele.
Em nota, a Anvisa afirma que as mudanças visam atender o padrão internacional GHS desenvolvido pela ONU. No entanto, o pesquisador da Fiocruz Luiz Cláudio Meirelles alerta que a nova classificação representa um retrocesso e um risco à proteção do trabalhador. “Os produtos continuam com aquela toxicidade. Como fica quem vai estar na ponta utilizando o produto?”, disse à Folha.
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