Economia
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Depois de atingir um recorde de mais de 100 milhões de trabalhadores empregados em 2023, o Brasil deve seguir criando empregos no ano que vem, ainda que em um ritmo menos acelerado. De acordo com economistas, com a esperada queda na taxa de juros e o início de obras públicas previstas no novo PAC do governo federal impulsionarão a demanda por mão de obra. Quem está procurando emprego deve sempre manter o currículo atualizado e se cadastrar em bancos de vagas, como o Sistema Nacional de Emprego (Sine), que analisa o perfil do candidato e a oportunidade oferecida pelos empregadores.

“O nível de emprego deve continuar aumentando, na medida em que se espera que a economia cresça em 2024. Mas o ritmo de crescimento do emprego deve se reduzir muito, e já desacelerou bastante nos últimos meses”, destaca o economista Francisco Eduardo Pires de Souza, especialista em economia monetária e desenvolvimento econômico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “Mas a taxa de desemprego já se reduziu substancialmente, sugerindo que que o ritmo de crescimento da ocupação terá que ser bem menor daqui para a frente”, completa.

Enquanto e, 2023 o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve crescer cerca de 3,0%, as estimativas para o próximo ano estão em torno de 1,5%. A desaceleração da economia deve provocar uma redução da taxa básica de juros Selic dos atuais 11,75% ao ano para 9% no fim de 2024, segundo a mais recente pesquisa Focus do Banco Central.

Na avaliação do economista Rodolpho Tobler, do FGV Ibre, a taxa de desemprego deve andar mais “de lado” no próximo ano. “O principal motor da recuperação no mercado de trabalho é a atividade econômica, especialmente neste período que já podemos chamar de pós-pandemia. Para 2024, podemos esperar uma certa desaceleração na atividade. Isso ocorre em grande parte devido ao processo de redução de juros. Esse não é um processo tão rápido. Ainda estamos em um patamar muito alto de juros na economia. Portanto, a expectativa é que no próximo ano a economia também não esteja em um ritmo tão forte, refletindo-se no mercado de trabalho.”

No trimestre encerrado em novembro a taxa de desemprego no país recuou para 7,5%, o que representa o menor nível desde 2014, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado do ano até novembro, foram gerados no país 1.914.467 postos de trabalho no país, segundo os últimos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

O professor Francisco Eduardo Pires de Souza destacou que o setor de serviços, que historicamente representa uma parcela significativa dos empregos no país, continuou sendo o grande responsável pelo crescimento do emprego em 2023. No entanto, a construção civil, tradicionalmente um setor robusto em termos de emprego, vem desacelerando neste ano. Segundo ele, o PAC e o programa Minha Casa Minha Vida podem contribuir para o emprego neste setor, mas a dimensão exata desses programas em 2024 ainda não está clara.

Tendências e dicas

Para a diretora de gestão estratégica de pessoas do ManpowerGroup, Wilma Dal Col, o mercado está vivenciando uma transformação nos processos de trabalho, nas funções e na forma como as entregas profissionais são demandadas. Dessa forma, o que era uma tendência torna-se uma realidade: uma demanda por maior flexibilização por parte do empregador.

“Os candidatos devem demonstrar, por meio de evidências comportamentais e experiências vividas, seu potencial e habilidades para aprender e se adaptar. Além disso, é importante compreender que uma busca profissional não se restringe apenas a buscar uma vaga aberta e se aplicar a ela”, diz Dal Col. “É importante estudar o mercado de trabalho, tendências de diferentes setores e segmentos, verificar como sua experiência, habilidades e potencial podem ser transformados em uma ‘oferta atrativa’ para empresas de seu interesse.”

Para ela, é importante também, ao participar do processo seletivo, estudar sobre a empresa, estar pronto para não apenas responder perguntas, mas também fazer perguntas e demonstrar seu entendimento sobre o momento daquela empresa.

“Em linhas gerais, é importante que o candidato entenda que participar de um processo seletivo é uma jornada de mão dupla e que o objetivo é que se torne uma jornada de sentido único, ou seja, candidato e empresa percebendo que desejam seguir juntos no caminho a seguir”, explica.

Ana Paula Prado, CEO do Infojobs, destaca a rápida transformação no mercado de trabalho global. Apesar do avanço, o Brasil ainda precisa superar desafios culturais, tecnológicos e legais para se equiparar a cenários mais desenvolvidos. A CEO lista cinco tendências globais de recrutamento que influenciam as práticas de atração e contratação de profissionais qualificados:

  • Diversidade e Inclusão;
  • recrutamento Remoto;
  • competências e Realizações em Foco;
  • inteligência Artificial e Machine Learning;
  • leis Menos Rígidas.

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