Economia
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Não concordando com a decisão judicial que suspende provisoriamente o retorno de cogestão no Rio Grande do Sul, que permitiria a retomada das atividades do comércio não essencial, um grupo de comerciantes de Lajeado e Estrela se uniu e promete abrir as portas nesta segunda-feira (22).

O movimento iniciou em grupos de WhatsApp. Em Lajeado, conforme um dos organizadores, o lojista Romulo Xavier Vier, mais de 480 estabelecimentos devem atender nesta segunda, mas o número pode chegar a 700. Ele argumenta que estão tranquilos com a decisão. “E dormiremos muito tranquilos porque somos zero fator de transmissão. Estamos corrigindo uma grande injustiça e canalhice, pois somos essenciais porque sobrevivemos e abastecemos nossas famílias com o trabalho do dia a dia”, diz.

O mesmo deve ocorrer em Estrela. Por lá, cerca de 83 serviços devem abrir suas portas, incluindo floriculturas e salões de beleza. A comerciante Deisi Bohm, conta que o grupo não tem mais condições de pagar as despesas de seus estabelecimentos. “Consideramos essencial tudo que gera renda. Não temos mais condições de manter nossas portas fechadas pois tem folha de pagamento, aluguel, impostos, água, luz, telefone. Não temos mais caixa para manter portas fechadas”, relata.

Em ambos os municípios as empresas devem abrir a partir das 8h. Em Lajeado, além de lojas, bares, restaurantes, gráficas e salões de beleza também prometem voltar com suas atividades presenciais.

Estado recorre 

O governo do Rio Grande do Sul anunciou na noite deste sábado (20) que interpôs recurso de Agravo de Instrumento junto ao Tribunal de Justiça recurso para tentar reverter a decisão liminar que barrou a volta da chamada cogestão estadual no Sistema de Distanciamento Controlado. Por meio da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), medida foi apresentado um dia depois que o juiz Eugênio Couto Terra, da 10ª Vara da Fazenda Pública do Foro Central de Porto Alegre, suspendeu a medida pretendida pelo Piratini. A PGE destacou que a decisão parte de uma equivocada compreensão do que consiste a gestão compartilhada com os municípios, a qual “não representa medida de liberação indiscriminada das atividades”.

O retorno da cogestão possibilitaria que as regiões adotassem medidas mais flexíveis que a bandeira preta, mas não menos restritivas do que as de bandeira vermelha. Na visão do governo, não se trata, portanto, de um mecanismo automático, mas uma possibilidade, demandada pelos prefeitos, e que deve ser adaptada à realidade do risco em cada região e à natureza de cada uma das atividades.

Grupo Independente