Se você viu que o preço dos carros está subindo, mas não se preocupou porque não pretendia trocar por agora, prepara-se. O seu bolso sentirá o impacto quando chegar o boleto do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) de 2022. Isso porque o tributo é calculado em cima do valor da tabela Fipe, que, por sua vez, aumenta conforme os preços do mercado.
Para o Rio Grande do Sul, a Fipe envia a tabela nova no mês de novembro, segundo o secretário da Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira. Em cima dos preços, é calculado o IPVA. Para carros, aplica-se uma alíquota de 3%; para motocicletas, 2%; e para caminhões e ônibus, 1%. Percebam que a alíquota do imposto mantém-se a mesma, mas sobe a base sobre a qual ela é calculada, elevando o preço ao consumidor.
Mas por que os preços da tabela Fipe estão subindo? Porque está faltando carro no mercado com a paralisação de montadoras e porque os insumos para fabricar novos veículos estão bem mais caros. Com uma procura maior pelos usados – ou seminovos -, o preço de venda sobe, se refletindo da média apontada na tabela da Fipe.
Fizemos uma simulação com três tipos de carros com grande procura no Rio Grande do Sul. Para isso, usou o modelo mais básico e usou valores médios nacionais e com a variação de preços dos últimos 12 meses encerrados em agosto.
Para o Argo, da Fiat, identificou aumento de 25,9% no preço de venda da tabela Fipe. Com isso, em tese, o IPVA de R$ 1.190 subiria para R$ 1.500. No caso de um HB20, a alta verificada foi de 20,9%, com o imposto a pagar subindo de R$ 1.173 para R$ 1.418. Já o Onix teve alta de 18,4% no valor, o que representaria, neste cenário, um aumento do tributo de R$ 1.400 para 1.658.
Perceba que todos são aumentos bem acima da inflação, que já está alta ao acumular +8,99% nos últimos 12 meses encerrados em julho. Aliás, essa situação também tem impacto nos seguros, o que será tema mais adiante.
Giane Guerra/GZH