Foto: Mateus Souza
Nunca as famílias gaúchas estiveram tão endividadas como no começo deste ano. Este é o diagnóstico da Fecomércio-RS, por meio da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos Consumidores Gaúchos (Peic-RS). A edição de janeiro registrou o maior percentual desde o início da série histórica, em 2010.
A marca de 91,9% de famílias endividadas no estado superou o índice de dezembro do ano passado, que havia alcançado 88,7%. Como comparação, há um ano, em janeiro de 2021, o percentual era de 72%. O cartão de crédito é o principal meio de dívida dos gaúchos.
Outro indicador que subiu em janeiro foi o de famílias com contas em atraso, que chegou a 29%, maior percentual desde outubro de 2020. Em dezembro do ano passado, era de 26,8%. Já o percentual das famílias que consideram muito endividadas passou de 20,9% para 23,3% neste mês.
Para a economista Fernanda Sindelar, este contexto já era esperado pelo momento vivido pelo país. “A crise econômica, que já ocorria, se ampliou muito. Talvez também pela inflação ter se acelerado tanto. E as famílias, sobretudo de baixa renda, tiveram que se endividar para atender as necessidades básicas. Aumentou gás, energia, combustível, alimentos”, salienta.
A alta no percentual de endividamento é influenciada pelas famílias que recebem menos de dez salários mínimos de renda mensal. Para estes, se comparado com o mesmo período do ano anterior, o percentual vai de 28,9% para 34,9%. Já no caso das famílias de maior poder aquisitivo, o movimento é oposto. O percentual caiu de 14,7% para 6,5%.
Conforme Fernanda, as chamadas contas adicionais de fim de ano e começo de ano também influenciam no endividamento. “Apesar da injeção do 13º salário, tem os custos com material escolar, o IPTU, o IPVA, as férias. As pessoas aumentam o endividamento, mas buscam parcelas que caibam no bolso. Isso demonstra que não tiveram recursos economizados suficientes”.
O indicador de famílias que afirma não ter condições de quitar dívidas atrasadas nos próximos 30 dias, por outro lado, atingiu 2,1%, nova mínima da série histórica. Isso indica, segundo a Fecomércio, empenho e esforço das pessoas em pagar seus débitos.
Em Lajeado, a inadimplência em fevereiro se aproximou dos 25% – subiu de 24,7% para 24,9% -. Ou seja, um a cada quatro contribuintes da cidade tem alguma restrição. Segundo a diretora executiva da CDL Lajeado, Soraide Gräff, desde o começo da pandemia a alta de inadimplentes é percebida.
Lembra, contudo, que tradicionalmente o percentual sobe nos primeiros meses do ano. “É um período de despesas mais altas e, nem sempre, receitas maiores. E a reposição salarial, na maioria das categorias, ocorre a partir de março. Muitas vezes as pessoas perdem poder de compra e nem percebem”.
• Percentual de famílias endividadas refere-se ao total de pesquisadas que possuem dívidas contraídas com cheques, cartões de crédito, carnês de loja, empréstimo pessoal, compra de imóvel ou prestação de carro e de seguros;
• No estudo, as dívidas são consideradas independentemente das parcelas estarem sendo pagas em dia ou não;
• O cartão de crédito é o principal meio de dívida, detida por 90,8% dos endividados, seguido por carnês (55,8%), financiamento de carro (28%) e crédito pessoal (24,3%).
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