Educação
Foto: O Alto Uruguai

Pais e alunos se reuniram em uma manifestação pacífica em frente à entrada do Instituto Federal Farroupilha (IFFar), campus Frederico Westphalen, na manhã desta sexta-feira, 14, para pedir o fim da greve dos docentes federais, que nesta semana completou dois meses. Os manifestantes salientaram que estão ao lado dos professores, porém, pedem a volta às aulas para não prejudicar o ano escolar dos alunos que estudam nos cursos técnicos integrados ao ensino médio do IFFar.
Ivete Rodrigues dos Santos, uma das mães responsáveis pela manifestação, destacou a importância da ação em prol da volta às aulas, ressaltando que o movimento não está contra os docentes que estão em greve. “A gente está buscando o apoio dos professores com o entendimento de que eles possam olhar de forma especial para os nossos jovens, porque eles possam ver que nós, enquanto pais, não estamos aqui contra os professores, os seus direitos, nem contra o instituto, e sim pedindo encarecidamente o retorno das aulas para que os nossos jovens não sejam mais prejudicados”, ressalta Ivete.
Os sindicatos de docentes estão em um encontro com o Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) em Serviços Públicos, nesta sexta-feira, 14, para uma rodada de negociações. Até o momento, nada havia sido definido ainda.

Negociações na semana
As negociações entre o governo, docentes e servidores, paralisados há aproximadamente dois meses, tiveram continuidade nesta semana com a proposta apresentada pelo presidente Lula, que decidiu se envolver diretamente nas tratativas. Na última segunda-feira, 10, em encontro com os reitores das universidades federais, Lula pediu o fim da paralisação, propondo investimentos na área da educação, porém, sem reajuste salarial para 2024. Ainda, na reunião, o ministro da Educação, Camillo Santana, anunciou o acréscimo de R$ 400 milhões para o custeio das instituições federais, sendo R$ 279,2 milhões para universidades e R$ 120,7 milhões para institutos federais. Com isso, o orçamento de 2024 dos centros de ensino chega a R$ 6,38 bilhões, superando os R$ 6,26 bilhões de 2023. Além disso, o governo anunciou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para universidades federais e hospitais universitários, prevendo R$ 5,5 bilhões em investimentos. 
O principal impasse entre o governo e os sindicatos está no reajuste salarial, pois os grevistas pedem uma revisão dos valores ainda neste ano, enquanto o governo prevê aumento salarial apenas em 2025. A última proposta do governo propõe 9% de aumento em janeiro de 2025 e 5,16% em maio de 2026. Os servidores rejeitaram a proposta e pedem recomposição das perdas salariais, com reajuste de 3,69% em agosto de 2024.
Para os servidores técnicos administrativos da educação (TAEs) que também estão em greve, o governo federal apresentou uma contraproposta na última terça-feira, 11, em reunião com sindicatos da categoria em Brasília. De acordo com o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), a nova proposta prevê reajuste médio de 29,6% em quatro anos, já contando o reajuste geral de 9% dado a todos os servidores federais no ano passado, além de progressão de 4% a partir de 2026. O reajuste final ficou entre 25% a 44%, dependendo da classe e do nível na carreira, segundo a pasta. A proposta anterior previa reajuste médio de 28%, sem aumento no percentual da progressão de carreira (nível salarial).

Fonte: Jornal O Alto Uruguai