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Foto: Reprodução/Conmebol Libertadores

Antes um tabu, hoje uma rotina: o Brasil é bicampeão olímpico em Tóquio. Novamente com sofrimento, assim como no título inédito da Rio-2016, a seleção brasileira venceu a Espanha por 2 a 1 na prorrogação, após um empate por 1  1 no tempo regulamentar, na manhã deste sábado, e conquistou a medalha de ouro no futebol masculino pela segunda vez consecutiva. O título contou com a estrela do atacante Malcom, que mudou o cenário do duelo ao entrar na prorrogação e fazer o gol decisivo. 

Em um duelo equilibrado e tenso, como se espera em uma final, o time comandado por André Jardine perdeu pênalti com o atacante Richarlison, mas saiu em vantagem com centroavante Matheus Cunha ainda na primeira etapa. Na volta do intervalo, os espanhóis se aproveitaram do recuou brasileiro e empataram num lindo gol do ponta Oyarzabal. Cansado, o time canarinho não ofereceu resistência até o fim do tempo regulamentar, porém conseguiu segurar até a prorrogação. 

No tempo extra, o atacante Malcom, primeira mudança de Jardine em todo duelo, veio do banco e “incendiou” a partida com maior vigor físico. Com dribles e bons lances, ele recebeu lançamento de Antony e marcou o gol do título aos 3 minutos do segundo tempo em chute forte. 

A medalha de ouro brasileira no futebol masculino consagra o final de um sábado incrível para o Brasil em Tóquio. Com três ouros – canoagem, boxe e futebol, a delegação brasileira igualou o recorde de títulos olímpicos do país na história dos Jogos Olímpicos. 

Richarlison perde pênalti, mas Matheus Cunha marca no fim

Um primeiro tempo tecnicamente abaixo do que se imaginava para um confronto entre duas equipes tão fortes como Espanha, repleta de atletas da seleção principal, e Brasil, com bons valores nacionais. A tensão de uma decisão, no entanto, apareceu significativamente nessa primeira metade do duelo. Marcando pressão, os espanhóis “sufocaram” a saída de bola brasileira nos primeiros minutos. A defesa levou tempo para se encontrar e achar os espaços para deixar a marcação. 

Aos 16 minutos, a postura espanhol virou chance de gol. Após cruzamento, Oyarzabal rolou de cabeça para o meio e a bola ia entrando na meta do goleiro Santos. Diego Carlos apareceu para tirar em cima da linha. A resposta brasileira veio com Douglas Luiz. O volante apareceu na área e finalizou para boa defesa de Unaí Simón. 

Com calma, o ataque canarinho ia conseguindo fazer lances ofensivos com maior propriedade. Aos 24, Richarlison recebeu bem na ponta esquerda da área e finalizou direto na rede pelo lado de fora, assuntando o arqueiro adversário. Na sequência, Asensio testou o Santos, que segurou um firme um chute colocado do experiente meia. 

A grande oportunidade para abrir o placar surgiu aos 36 minutos para o Brasil. O goleiro Unaí Simón saiu atrapalhado do gol, derrubou dentro da área o atacante Matheus Cunha, que estava de volta ao time após se recuperar de lesão. Depois de ir ao VAR, o árbitro apontou para marca da cal. Na cobrança, o artilheiro da competição Richarlison isolou por cima. 

Felizmente, o time brasileiro não se abateu pela chance desperdiçada. Aos 47 minutos, a bola foi erguida na área por Claudinho para Daniel Alves. O vovô do time foi até o fim no lance, levou a melhor contra Cucurella, chutou ela para cima e Matheus Cunha apareceu para dominar a bola, ajeitar já dentro da área e finalizar sem chances para Simón. O Brasil foi em vantagem para o intervalo. 

Brasil recua e Espanha empata

A tranquilidade no placar poderia ter sido ampliada para o time brasileiro já aos 6 minutos, mas o dia não quis sorrir para o “Pombo”. Em bom lance de contragolpe, Antony ajeitou para Richarlison entrando na área. O atacante avançou, deixou a marcação no chão e finalizou na trave. A bola ainda desviou no goleiro Unai Simón antes de ir no poste. 

Esse lance e a vantagem no placar fizeram a seleção optar por um estilo de jogo mais recuado e visando explorar os contragolpes. No entanto, a postura foi adotada de maneira precoce e a Espanha passou a rondar a área de Santos com muita frequência. Num desses lances, chegou ao empate. Soler cruzou da direita e Oyarzabal entrou bem pela esquerda para fuzilar o goleiro Santos e igualar a decisão aos 15 minutos. 

Ao longo da segunda etapa, o Brasil demonstrou cansaço, e do lado espanhol, as entradas dos meias Soler e Bryan Gil injetaram qualidade no meio de campo, que trocava passes com maior qualidade. Aliás, foi na qualidade de Gil, que por pouco a decisão não se resolveu nos 90 minutos. Em duas oportunidades, o jogador encontrou a trave de Santos. Aos 39, um “chutamento” enviado direto no travessão. 

Pressionando, novamente Gil e desta vez numa finalização espetacular. Com liberdade, ele avançou pelo meio e soltou a bomba no travessão de Santos. Após os sustos, o Brasil até tentou com Richarlison aos 47, mas a marcação neutralizou bem o chute e a decisão foi para a prorrogação. 

Malcom entra bem e resolve

A primeira alteração de Jardine apareceu no começo da prorrogação. Matheus Cunha saiu para a entra de Malcom. A mudança surtiu efeito imediato e o Brasil passou a atacar com maior vigor físico. Aos 5, o atacante passou pela marcação e finalizou na rede pelo lado de fora assustando Simón. 

Na sequência, pressionando, o time brasileiro se soltou no campo e criou nova chance. Bruno Guimarães encontrou Malcom pela esquerda. O atacante cruzou forte e o goleiro conseguiu cortar. 

Já na segunda etapa do tempo extra, Malcom aproveitou de seu “tanque cheio” e levou a melhor contra a defesa espanhola em lançamento de Antony. Na cara do goleiro Simón, ele bateu forte e a bola morreu no fundo das redes colocando o Brasil na frente do placar novamente. 

Correio do Povo