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Foto: GOOGLE MAPS/REPRODUÇÃO/JC

A diretoria da Piá renunciou aos cargos em reunião no final da manhã. A cooperativa de Nova Petrópolis enfrenta uma crise financeira há anos, que se agravou nos últimos meses. O ápice ocorreu na semana passada, quando atrasou o pagamento dos fornecedores de leite. Sem o principal insumo, a empresa não tem como produzir e, portanto, vender. As prateleiras do supermercado da marca seguiam vazias, o que preocupava ainda mais a comunidade. (GZH)

Membros da diretoria e do Conselho de Administração da Cooperativa Piá, com sede em Nova Petrópolis, na Serra, renunciaram aos cargos nesta quarta-feira, 17 de maio. A decisão foi tomada em reunião realizada pela manhã, conforme antecipou o Jornal do Comércio.

Uma assembleia geral extraordinária deverá ser realizada no dia 19 de junho para eleição do novo comando da empresa. No encontro, que ocorrerá em formato presencial, os 20.180 associados irão escolher os nomes que comporão a nova equipe de comando da Piá.

Mergulhada em uma crise financeira que se avolumou nos últimos anos e que acabou esgotando o fluxo de caixa, a cooperativa não conseguiu pagar os fornecedores de leite que deveriam ter recebido entre os dias 10 e 16 de maio. A conta, superior a R$ 10 milhões, ficou em aberto por conta da dificuldade de obtenção de novos créditos junto ao sistema financeiro.

Com resultado negativo de R$ 62,2 milhões no ano passado e um passivo que já alcança R$ 130 milhões, a Piá enfrentava dificuldades desde o início do ano, deixando sem receber representantes comerciais que recolhiam pedidos junto a supermercados. Com isso, as prateleiras desses estabelecimentos começaram a ser ocupadas por produtos da concorrência.

Produtores de algumas regiões-chave pararam de entregar leite aos caminhões da cooperativa. O volume recolhido na terça-feira já ficou abaixo da média, em sinal de que os fornecedores começavam a migrar para outras empresas.

A diretoria, pressionada e sem conseguir solucionar a situação, optou por sair. O presidente Jeferson Smaniotto, que já havia renunciado no final do ano passado, mas recuou, voltou a cogitar a posição no final de semana passado. Ele acabou permanecendo até esta quarta-feira, enquanto reuniões tentavam alinhar o futuro da empresa e minimizar o impacto da decisão.

A entidade já estava envolvida com as dificuldades da Piá nas últimas semanas e, na sexta-feira passada, esteve presente a uma das reuniões que sinalizaram esse desfecho.

A expectativa, agora, é que o sistema de crédito passe a olhar para a Piá com mais simpatia. A relação da diretoria demissionária com os bancos era difícil, por conta da não observância de orientações para a adoção de medidas mais cautelosas por parte da cooperativa. No final de semana, representante de uma das instituições com relacionamento com a Piá comentou que o receio de emprestar dinheiro e aumentar o rombo da cooperativa era um empecilho a mais nas negociações. (Jornal do Comércio)

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