Após seis dias com relatos de pilotos de aviões sobre “luzes não identificadas” no céu em Porto Alegre, especialistas chegaram ao que acreditam ser a causa mais provável: satélites que se deslocam em órbita baixa. Mais especificamente, os Starlink.
A noite de quinta-feira (10) foi a primeira, desde o início dos fenômenos, em que pilotos não relataram terem visto luzes no céu.
Um total de 54 equipamentos do grupo Starlink G4-36 passou pelo Rio Grande do Sul no final de outubro. A empresa SpaceX fez o lançamento dos equipamentos a partir do Complexo de Lançamento Especial na Estação de Cabo Canaveral na Flórida, nos Estados Unidos.
“A hipótese mais plausível, até o momento, consiste em essas luzes possuírem como fonte luminosa esses satélites. Esses novos modelos podem refletir muito mais a luz solar”, conta o responsável pelo Observatório Espacial Heller & Jung, em Taquara, Carlos Jung.
Jung, que também é coordenador do curso de Engenharia de Produção das Faculdades Integradas de Taquara (Faccat) e diretor da Região Sul da Brazilian Meteor Observation Network (Bramon), conta que essa hipótese foi levantada após analisar imagens de diferentes fontes e relacioná-las com dados de bases nacionais e internacionais.
O físico Felipe Ben concorda. Apesar disso, sinaliza que essa é uma hipótese para o fenômeno que, até então, não havia sido observado por pilotos habituados com diferentes luzes no céu.
A análise
Os especialistas contam que as luzes começaram a ser vistas pelos pilotos no dia 4 de novembro. Elas eram duas ou três, tinham padrão circular ou elíptico e estavam a uma altitude de nove quilômetros.
As imagens foram registradas pelo observatório. As luzes se refletiam na parte de cima de nuvens e o fenômeno pôde ser visto não só no Rio Grande do Sul, como em outros estados.
Entre o último domingo (6) e quarta-feira (9), pilotos relataram ter visto luzes com outros padrões de comportamento, se movimentando em direções diferentes, o que sugeriu para os especialistas possíveis objetos que seriam a origem da fonte luminosa: os satélites.
“Não se descarta nenhuma hipótese até o momento, nem mesmo possíveis objetos de natureza não terrestre. Mas, à luz da ciência, estamos analisando os avistamentos utilizando dados científicos e imparcialidade para determinar a verdadeira origem”, diz Jung.
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