A Secretaria Estadual da Saúde já contabiliza 124 casos confirmados de Covid-19, com uma morte, em frigoríficos do Rio Grande do Sul. Devido ao elevado grau de contágio, o boletim epidemiológico, divulgado nesta semana pelo governo, apontou o risco de que 16,3 mil trabalhadores tenham sido expostos à doença.
Com relação aos casos suspeitos, as unidades frigoríficas contabilizaram 1.570 pessoas com sintomas de síndrome gripal e outras seis mortes relacionadas aos trabalhadores do setor.
O boletim revela a incidência da Covid-19 em nove plantas frigoríficas de Passo Fundo, Marau, Garibaldi, Lajeado, Carlos Barbosa, Encantado e Tapejara. As atividades já foram suspensas nas plantas da JBS em Passo Fundo e do frigorífico São Domingos, em Tapejara.
Após registrar a morte de um trabalhador em Garibaldi, a secretária municipal de Saúde, Simone Agostini de Moraes, garantiu que foram adotados os protocolos preconizados pelo Ministério da Saúde. “Houve visitas da vigilância epidemiológica, sanitária, algumas com acompanhamento do Ministério Público do Trabalho. Os casos positivos de Garibaldi estão sendo acompanhados e as pessoas que tiveram contato com elas farão o teste rápido para verificação da contaminação”, ressaltou.
Na segunda-feira, a Prefeitura de Garibaldi notifica os dois frigoríficos para que apresentem novamente as medidas já tomadas em prevenção à Covid-19.
Nessa sexta, o prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi, advertiu que vários moradores da cidade fazem o deslocamento diário entre as duas cidades para atuar nas plantas da Nicolini e da JBS, em Garibaldi.
Ao tomar conhecimento de surtos da doença no RS, a Secretaria Estadual de Saúde publicou uma portaria para evitar o contágio em massa no setor industrial determinando adoção de medidas de prevenção e controle do novo coronavírus durante a pandemia.
No entanto, a Associação dos Fiscais Agropecuários do Rio Grande do Sul considerou genéricas as determinações impostas pelo governo estadual. A entidade também reiterou pedido para que o Piratini adote medidas mais enérgicas para proteger os trabalhadores a população em geral.
Ainda em março, a Afagro manifestou preocupação e comunicou o governo quanto à exposição dos servidores que fazem inspeções sanitárias em plantas frigoríficas. Nesses casos, as aglomerações são inevitáveis e os ambientes insalubres e propícios para a propagação de vírus.
Rádio Guaíba