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Foto: Reprodução

O músico de Porto Alegre Lucas Laypold, que fez uma música em homenagem ao avô que tem Alzheimer, deseja ajudar mais pessoas que sofrem com a doença. O jovem divulgou o clipe da canção na quarta-feira (4). Ele conta que quer doar o dinheiro que for arrecadado para várias instituições.

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“A minha vontade é de doar todo dinheiro para instituições ligadas diretamente ao estudo do Alzheimer, ao estudo da música no Alzheimer, ao tratamento do Alzheimer. Então, daqui três meses, quando a gente receber esse dinheiro, porque demora para o dinheiro cair na conta, quero já ter conversado com várias instituições, eu não quero doar para apenas uma, quero ajudar a maior quantidade que for possível”, diz o músico.

Lucas tem 20 anos e mora na Capital com os avós e uma tia. O avô, que ele chama carinhosamente de “Vô Cabelo”, tem 71 anos. Há seis, foi diagnosticado com a doença.

“A música sempre foi a válvula de escape da minha vida, sempre quando acontece alguma coisa, assim, que eu tenho que demonstrar de alguma forma, eu escrevo, eu componho. Então, agora, esse ano, quando a doença começou a ficar maior forte, eu precisei escrever a música para o vô para dizer o quanto eu amo ele”, conta Lucas.

Um dia, quando Lucas estava saindo do quarto, ele ouviu o avô cantarolar a música que ele tinha feito.

“Eu canto para ele todo dia. Ele vai lá, bate no meu quarto e pede para eu cantar para ele. Aí, quando fiz a música, comecei a cantar para ele o refrão. Eu saí do meu quarto, escutei ele cantarolando a música… Foi o momento mais mágico da minha carreira, da minha vida, do que a música me proporcionou. Porque eu estava sem acreditar”, relata, emocionado.

“O vô não lembra o que é uma banana, e ele come banana todo dia, não lembra o nome de familiares e confunde minha vó. E ver ele cantando a minha música, sabendo o quanto a doença está avançada, foi inacreditável”, acrescenta.

Foi aí que Lucas sentou com o avô, registrou o momento e resolveu postar nas redes sociais. O que ele não imaginava era que o vídeo iria viralizar.

Depois disso, o jovem percebeu que a canção estava impactando muitas pessoas.

“Eu percebi que a música estava ajudando muita gente e que eu precisava lançar a música inteira. Como eu fiz a música para o meu avô, eu não tinha o intuito de lançar, era só para cantar para ele mesmo em casa, de alguma forma fazer ele lembrar todos os dias que eu amo ele, não podia ganhar dinheiro nenhum em cima disso. Não posso ganhar dinheiro em cima de uma coisa que fiz totalmente de coração para o meu vô, é totalmente contra a tudo que eu acredito”, conta o neto.

Lucas, que é muito apegado ao avô, conta que os dois têm uma grande ligação, que nem a doença foi capaz de impactar.

“Eu fui a única pessoa que ele nunca esqueceu. Às vezes, não lembra o meu nome, mas ele sabe que eu sou o neto dele. As duas únicas coisas que ele nunca esqueceu: que eu sou neto dele e que eu faço música. Não tenho nem o que falar sobre isso”.

G1/RS