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Foto: Rede Social

Uma festa clandestina, marcada pelas redes sociais e que nem os próprios convidados poderiam saber o endereço foi impedida de ocorrer na noite desta sexta-feira (22). A Polícia Civil foi a Eldorado do Sul, na Região Metropolitana, onde estava marcada a aglomeração – na contramão da determinação do decreto em vigência no Estado.

No local, próximo ao limite com Arroio dos Ratos, havia cerca de 30 pessoas, levadas à festa em van e ônibus, que partiram do Largo da Epatur, no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre. Os organizadores pretendiam realizar o que anunciaram como “a maior festa clandestina do Brasil”.

Um grupo de WhatsApp com 107 membros e um perfil fechado no Instagram com cem seguidores serviram como lista de convidados. Apenas pessoas incluídas nessas duas plataformas teriam acesso ao transporte.

 —   Trata-se de uma reunião de amigos, em uma propriedade particular, sem fins lucrativos. Não obstante, sabemos que o momento divide opiniões. Para evitar desgaste ou qualquer tentativa de impedimento é importante essa cautela  —  dizia uma das mensagens enviadas no grupo.

O sigilo de todos era premissa para que o evento acontecesse. Seguranças da festa guardariam os celulares dos convidados assim que eles chegassem ao ponto de embarque para garantir que nenhum registro fosse feito. A previsão era que as reuniões se repetissem no sábado (23) e no domingo (24). O próprio perfil no Instagram seria apagado após o fim de semana de festas, segundo os organizadores comunicaram no grupo.

 “Uma super estrutura foi preparada com todo carinho para juntos curtirmos um evento maravilhoso (…) Desde já nos desculpamos pelo inconveniente da falta de informação. Mas como todos sabemos o momento divide opinião. Não queremos polêmica, para tanto alguns cuidados serão necessários para os três dias transcorrerem sem alteração. Pedimos encarecidamente para os convidados não contarem sobre a reunião (…) e aos que forem não divulgarem o local da brincadeira (…)”,  pede outra mensagem enviada no grupo.

O horário de término do agito já estava estabelecido:

“A festa tem previsão de terminar às 5h, horário de Brasília, mas depois de tanto tempo sem nos reunirmos vai lá saber até que horas vamos. Contudo, 3h partirá a primeira remessa de vans com destino ao Largo da Epatur para os que ainda moram com os pais”, diz outro trecho de mensagem.

De acordo com o titular da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas, delegado Rodrigo Fuchshuber Caldas, na abordagem policial, as pessoas alegaram terem recebido convite para um churrasco e que não sabiam quantos outros convidados estariam presentes.

 —  A festa não tinha a organização tão complexa quanto imaginávamos e não tinha características de típicas festas rave. Também não encontramos drogas no local.

Segundo o titular da 2ª Delegacia Regional Metropolitana, delegado Mario Souza, o local do evento era de difícil acesso.

Os dois organizadores do evento e o proprietário do local, que não tiveram os nomes divulgados, foram conduzidos à delegacia para prestarem esclarecimentos. Eles foram indiciados e irão responder em liberdade por crime contra a saúde pública, previsto no artigo 268 do Código Penal.

Gaúcha ZH