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Foto: Divulgação

Na madrugada de domingo, cansados da barulheira e irritados com a polícia que nada consegue fazer para deter o som alto dos carros durante a noite, alguns moradores de Garibaldi decidiram solucionar o problema eles mesmos.

Não conseguindo dormir, e já sendo 02h30 da madrugada de domingo, alguns moradores se reuniram e, armados, foram até o local onde os carros estavam fazendo ruídos altíssimos. Chegando lá, renderam os proprietários dos veículos. Mandaram eles se afastar e meteram bala nos carros.

Três carros, pelo menos, ficaram crivados de bala. E eram, segundo testemunhas, justo os carros com o som mais alto.

O bairro onde ocorreu a justiça pelas próprias mãos é o Alfândega, em Garibaldi. E ninguém ficou ferido. Até porque, os moradores não foram lá para atirar em alguém (disseram) e, sim, para estabelecer o limite (e o respeito) que poderes constituídos e força policial não estabelecem para esses casos.

A polícia chegou ao local após o fato ter ocorrido, e “suspeita” que o ataque foi protagonizado por moradores que estão cansados da perturbação dos carros. Sem ter a quem recorrer, as famílias recorreram a elas mesmas. Foram lá e disseram o que pode e o que não pode. Carro com som alto de madrugada, por exemplo, lá não pode.

SOBRE O LOCAL

A Brigada Militar informou que a Rua João Romil, onde ocorreu o “susto educativo”, é passagem para um loteamento. É rua boa, asfaltada, iluminada e afastada do Centro de Garibaldi, mas virou ponto de encontro para quem aprecia o som alto. A BM estima que, em certas noites, naquele local se reúnem 30 carros ou mais, todos disputando quem tem o som mais alto e perfeito.

O loteamento ainda não tem moradias. Mas existem centenas de propriedades rurais no entorno, e a Brigada informa que todo final de semana registra pelo 190 dezenas de denúncias por som alto e perturbação do sossego.

Os moradores reclamam, reclamam, mas nunca são atendidos. Então, cansados da perturbação e de acionar autoridades que não dão solução “civilizada” para o desrespeito ao silêncio alheio, os moradores resolveram fazer eles mesmos o que as autoridades não fazem: foram lá e, na base da bala, furaram os carros, estabelecendo o limite do possível e do não possível para quem com som alto acaba perturbando o sossego dos outros.

Se a moda pega.

Jornal Dois Irmãos